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O Seu Nome (pag 7) 5- Deus, Pai do Povo, o resgata e o educa (pag 8) 6- Os Profetas: Deus é Uno, Santo e Misericordioso (pag 10) 7- O drama do Exílio: a destruição das Promessas de Deus (pag 13) 8- A interpretação profética do Exilio. A pergunta pelo sofrimento dos bons e pelo castigo dos maus (pag 14) 9- O Mistério de Deus nos Livros Sapienciais (pag 17) 10- Aprofundamento Pós-exílio. O Deus da vida, o servo sofredor, a sabedoria da morte, metáforas jurídicas, literatura apocalíptica (pag 20) 11- Síntese da Revelação de Deus no Antigo Testamento. (pag 25) 12- Jesus, o Filho de Deus (pag 26) 13- Jesus, Fonte do Espírito Santo (pag 27) 14- A Revelação do Mistério Trinitário na “entrega” de Jesus (pag 30 ) 15- Somos Filhos de Deus em Jesus Cristo (pag 31) 1. Introdução Milhares de pessoas abandonam cada ano as suas terras, para irem servir os mais pobres em nome de Deus. A Inquisição julgava os seus réus em nome de Deus. Os hospitais foram uma criação da Igreja, para curar os doentes em nome de Deus. Muitas guerras entre os povos, foram feitas em nome de Deus. Há pessoas que não se casam, que abandonam os bens materiais, levantam-se de madrugada para rezar em nome de Deus. Há quem mantenha o poder e oprima o povo em nome de Deus. Há quem se consagre ao serviço das mulheres mais desfavorecidas, para as ajudar a descobrir a sua dignidade, em nome de Deus. Outros não permitem que as mulheres possam estudar e praticam nelas a ablação do clítoris em nome de Deus. Uma coisa é certa, todas estas coisas são feitas por seres humanos, influenciados por distintas maneiras de entender a Deus. Relacionado com os atentados às Torres Gémeas de Nova Iorque, assim como os acontecimentos posteriores, escreveram alguns jornalistas em periódicos de grande dimensão, que as religiões são um contínuo motivo para os conflitos e que Deus é uma projecção dos medos e das esperanças do homem primitivo e uma desculpa para defender os privilégios de algumas classes sobre as outras em certos povos e um impedimento para que os seres humanos se comprometam na construção de um mundo mais racional. Repetiram-se os velhos tópicos que levaram Martin Buber a escrever em 1961:”Deus é a palavra mais vilipendiada de todas as palavras humanas. Nenhuma outra está tão manchada…As gerações humanas, carregaram este peso da sua vida angustiada, sobre esta palavra e a deixaram arrastada pelo chão; jaz no pó e aguenta o peso de todas elas. As gerações humanas com as suas dissensões religiosas dilaceram esta palavra; mataram e deixaram-se matar por ela; essa palavra tem as suas impressões digitais e o seu sangue…Os homens desenharam uns gatafunhos e escreveram por debaixo a palavra “Deus”; ensinam uns aos outros e dizem faze-lo em nome de Deus…Devemos respeitar aqueles que evitam este nome, porque é um modo de se rebelarem contra as injustiças e a corrupção, que muitas vezes se escondem atrás da autoridade de Deus. Por isso, antes de irmos em frente, vamos clarificar a que “Deus” nos referimos ”. A filosofia fala de Deus no tratado de Teodiceia (Teodiceia ou Tratado elementar da religião natural e da religião revelada), como de um ser omnipotente, omnisciente, impassível, inimputável, feliz na contemplação das suas perfeições, motor imóvel, causa incriada, principio sem fim… São Tomás, nas primeiras páginas da Suma Teológica, diz-nos que Deus é o fundamento último de toda a realidade, que não necessita por sua vez, de nenhum outro fundamento, que tudo sustenta e tudo move; Deus é o bem supremo em que participam todos os bens infinitos que são a sua base. Deus é o último fim que dirige e ordena todas as coisas. Santo Anselmo de Canterbury definiu Deus como “Aquele Maior, do Qual nada pode pensar-Se”, não no sentido do maior (volume) que podemos pensar, mas sim no sentido de que é grande acima de tudo o que podemos pensar, porque supera as nossas capacidades. As distintas religiões falam de Deus, dos deuses ou do divino, como aqueles seres que governam o Universo, as estações do ano, a vida sobre a terra, que justificam ou mantém a ordem estabelecida ou que remedeiam as necessidades dos homens. Ao longo dos séculos, escreveram-se páginas sobre Deus e o culto que devemos ofererecer-Lhe e outras coisas verdadeiramente deploráveis. O que se diz ou se disse, são coisas que os homens - normalmente com boa vontade- disseram ou escreveram sobre Deus. Mas não podemos esquecer que: “a Deus nunca ninguém O viu” (Jo 1,18). São João da Cruz explica-nos que “assim como os nossos olhos podem ver os objectos iluminados pela luz, mas não podem olhar directamente o so,( porque o excesso de luz os cegaria), assim o nosso entendimento pode compreender as obras de Deus, mas não ao mesmo Deus, porque isso supera as nossas capacidades”. A Sagrada Escritura diz-nos que Deus tem uma paciência infinita com os homens, porque nos ama como um pai ama os seus filhos. Noutros tempos, manifestou-Se de formas muito variadas, àquelas pessoas de boa vontade que procuraram sinceramente o Seu Rosto, que de maneira parcial, se foi revelando. Era uma preparação para a Sua manifestação definitiva. Finalmente em Cristo, deu-Se-nos totalmente, de maneira directa, sem intermediários:“Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, pelos Profeta. Nestes dias que são os últimos, Deus falou-nos por meio de Seu filho, a Quem instituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de Quem fez o mundo.”(Heb 1,1-2). A afirmação cristã é a de que “ao chegar a plenitude dos tempos, enviou Deus o Seu próprio Filho nascido de uma mulher”(Gal 4,4). Na sua infinita misericórdia, Deus falou-nos. Não por meio de mensageiros iluminados, mas fazendo-Se um de nós, usando a nossa própria linguagem para que O possamos entender. Entrou na nossa história e dirigiu-Se a nós, para nos explicar Quem é Ele, o que espera dos homens e quem somos nós mesmos. Compadecendo-Se dos nossos desvios, em Jesus Cristo revelou-nos o Caminho da Verdade e da Sabedoria: “Ou não estarás tu a desprezar as riquezas da Sua bondade, paciência e generosidade, ao ignorares que a bondade de Deus te convida à conversão”; “Mas agora foi sem a Lei que se manifestou a justiça de Deus, testemunhada pela Lei e pelos Profetas”(Rm 2,4;3,21). Se em Cristo é mesmo Deus que nos fala, não podemos ficar indiferentes, porque Ele espera uma resposta de nós. Perante nós apresentam-Se a luz e as trevas, a vida e a morte, a felicidade e a insatisfação. É necessário fazer opções: “Quem tem o Filho, tem a Vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a Vida”(1 Jo 5,12). Jesus não é um complemento, uma opção entre outras, mas é a presença de Deus connosco. Se O acolhermos teremos a Vida Eterna e a verdade de Deus. Se O afastamos, ficaremos com a nossa vida pequena mortal, e a com as nossas meias verdades. “Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o Seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que crê Nele não se perca, mas tenha a vida eterna. De facto, Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem Nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho de Deus. E a condenação está nisto: a Luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à Luz, porque as suas obras eram más. De facto, quem pratica o mal odeia a Luz e não se aproxima da Luz para que as suas acções não sejam desmascaradas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da Luz, de modo a tornar-se claro que os seus actos são feitos segundo Deus. ”(Jo 3,16ss). São João da Cruz, num dos capítulos mais densos das suas obras (Subida ao Carmelo, livro 2, cap. 21 e 22), explica-nos como, para os que não conhecem a Cristo ou para aqueles que viveram antes da Encarnação, são lícitas coisas que o não são, para os cristãos. Deus usou para connosco de uma pedagogia estranha e permitiu muitas coisas que não eram boas no nosso processo de crescimento. Ele sabe que procurávamos no escuro, guiados apenas pelos nossos bons desejos. Mas agora veio ao nosso encontro para nos revelar o que nunca havíamos conseguido descobrir, apenas com as nossas forças. Por isso acabou o tempo da procura. Agora só nos resta acolher Aquele que é a Verdade e aprofundarmos a aprendizagem da Sua mensagem: “a qual se entenderá melhor com esta comparação: um pai de família tem na sua mesa muitos e diferentes manjares, e uns melhores do que outros. Um dos filhos mais pequenos, pede-lhe algo que está num prato, não o melhor, mas o que está mais perto. E pede daquele, porque ele antes quer aquele e não o outro. E como o pai vê que mesmo que lhe dê o melhor manjar ele não o vai querer, pois só deseja aquele que pediu. E como o pai sabe que mesmo não sendo aquele o melhor, é esse que ele quer comer, mesmo desconsolado dá-lhe a contragosto daquele prato que o filho quer. O pai fica triste mas faz a vontade ao filho. Da mesma maneira Deus é condescendente com as almas, concedendo-lhes não o que é melhor, porque elas não querem ou não sabem senão ir por esse caminho… No Antigo Testamento eram lícitas as perguntas que se faziam a Deus, porque até então, eles ainda não tinham uma fé bem fundamentada, a fé estabelecida pela Lei evangélica…E tudo o que Deus lhes respondia, e falava, e fazia e revelava…eram mistérios da nossa fé e coisas que tendiam para ela…Mas ao dar-nos o Seu Filho, que é Ele mesmo a Palavra e não tem outra, falou-nos tudo de uma só vez nesta Única Palavra e nada mais há para revelar. Escuta-a bem porque nela encontrarás tudo o que procuras e desejas e muito mais… ” Podemos dizer que as religiões representam o movimento ascendente da Humanidade para Deus. Desde o princípio da sua história, os seres humanos sentem a necessidade de Deus, no mais profundo do seu ser e fazem o possível por conhece-Lo e agradar-Lhe, escrevendo tratados e procurando definições que decifrem o Seu Mistério. Esforço que surge de uma necessidade interior gravada no nosso coração pelo mesmo Deus, já que fomos criados para a comunhão com Ele. Trata-se porém de um esforço estéril, porque Deus sempre supera tudo o que possamos pensar ou compreender. Todas as nossas torres de babel estão condenadas ao fracasso, porque o céu fica sempre mais além das nossas capacidades. O Cristianismo, no entanto, representa um movimento descendente de Deus para os homens. No primeiro caso, encontramo-nos perante discursos ou intuições de homens piedosos ou iluminados, no segundo caso encontramo-nos perante a própria Palavra de Deus, que se dirige a nós. As religiões são boas e valiosas como revelações parciais de Deus, enquanto não se conhece a Revelação definitiva do Deus Vivo. Em Jesus Cristo, terminou a procura da Humanidade, porque é o próprio Deus que nos procurou a nós. “A Deus jamais alguém O viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele Quem O deu a conhecer.”(Jo 1,18). Portanto, como nos recorda a Dominus Jesus (Declaração sobre a universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja – da Congregação para a Doutrina da Fé ), as crenças das religiões são experiencias e pensamentos que os homens, na procura da verdade, idealizaram e criaram em referência ao Divino e ao Absoluto. Através delas, muitas pessoas chegaram a uma experiencia religiosa com Deus, que não deixa de Se fazer presente de muitos modos em pessoas e povos, para oferecer a Sua salvação, mesmo apesar de as religiões conterem algumas insuficiências e erros. Mas a Revelação de Jesus Cristo, tem um carácter definitivo e completo. Com a Sua presença e manifestação, com as suas palavras e as suas obras, os seus sinais e milagres, com a Sua Morte e Ressurreição e com o envio do Espírito Santo, leva à plenitude toda a Revelação. O verdadeiro Rosto de Deus, só O podemos conhecer olhando a Jesus Cristo: “Há tanto tempo que estou convosco, e não Me ficaste a conhecer Filipe? Quem Me vê o Pai. Como é que Me dizes, então, mostra-nos o Pai?”(Jo 14,9). O que descobrimos em Jesus Cristo é um mistério que ultrapassa as nossas esperanças e imaginações: Deus não é um Ser solitário, que vive isolado e entediado no céu…Deus é Trindade, Comunhão, Doação, Acolhimento, Encontro e Família, desde toda a eternidade. Um Pai que dá a Sua Vida, o Seu Ser e o Seu Amor a Seu Filho. Um Filho que é igual ao Pai e Lhe devolve tudo o que Dele recebe: a Sua Vida, o Seu Ser, o Seu Amor. Um Espírito Santo que é o Ser, a Vida, o Amor do Pai para com o Filho e do Filho para com o Pai. Toda a família e toda a comunidade, deveriam ter por modelo o próprio Deus. Nele a entrega, o amor, o viver de Um para o Outro é a única coisa importante. 2. O Deus de Israel (a Revelação) Queremos aprofundar o Mistério do Deus cristão, Ele que se revelou em Nosso Senhor Jesus Cristo como Trindade. Porquê começarmos então, pelo Deus que se manifestou no Antigo Testamento? – Porque Jesus não crê num “deus ” qualquer, Jesus não é um filósofo, não é um grande procurador de Deus. Jesus é o “Enviado” do Deus de Israel. Jesus crê no Deus dos Patriarcas, de Moisés, dos Profetas, dos Sábios de Israel e fala em Seu Nome. – Continua a pregar o que eles fizeram e eleva à plenitude essa pregação, aperfeiçoando alguns dos seus aspectos. Por isso necessitamos estudar como se revelou Deus aos Pais, para podermos compreender… 1 . A continuidade… 2 . E a originalidade da mensagem de Jesus… Estudando a Sagrada Escritura, descobrimos que Deus Se manifesta, Se revela…sai ao encontro dos homens…Esta revelação tem algumas características: A iniciativa parte de Deus. O homem procura natural e sobrenaturalmente a Deus, como sentido último da sua vida. As religiões manifestam esta procura de Deus. O que caracteriza a fé de Israel é que Deus procura o homem, inclusive quando o homem O não quer acolher. Deus “chama”, “escolhe”, “fala”, “manifesta-Se”…a Abraão, aos Profetas, ao Povo…Culminando na afirmação do Novo Testamento: “E o Amor de Deus manifestou-Se desta forma no meio de nós: Deus enviou ao mundo o Seu Filho Unigénito, para que, por Ele, tenhamos a vida. É nisto que está o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou e enviou o Seu Filho, como vítima de expiação pelos nossos pecados” (1 Jo 4,9-10). É então um dom livre e gratuito de Deus ao homem. A revelação é progressiva. Deus não Se revela por completo de uma vez, mas com um ritmo composto de etapas e esperas, de intervenções e ausência…nas quais Deus respeita a capacidade do homem e manifesta a sua pedagogia de condescendência. Deus que sai ao encontro do homem não o força, mas respeita sempre a sua liberdade e sabe ter paciência infinita com ele. Há uma coerência interna na Revelação. Ainda que ela se realize ao longo de muitos séculos e dos Livros bíblicos terem sido escritos em vários lugares e por pessoas distintas…cada etapa pressupõe as anteriores e desenvolve-as. Os textos bíblicos iluminam-se mutuamente e mantém uma profunda unidade interna. Ainda que notemos diferenças nas imagens, sempre pudemos encontrar temas fundamentais e uma unidade interna que dão coesão ao conjunto. Não são acontecimentos isolados, mas sim organicamente ligados. Os destinatários são pessoas concretas e pertencentes a um povo concreto. É portanto ao mesmo tempo pessoal (ligada à liberdade e ao conhecimento da cada um dos seus protagonistas) e comunitária (é dirigida ao conjunto e amadurece através do envolvimento de todas as pessoas). É dirigida a Abraão, a Moisés, a Elias…como mediadores perante o povo, e assim como Israel é chamado a converter-se e a ser caminho, para que a revelação chegue a todos os povos e a todos os homens. A revelação é orientada por uma tensão virada ao futuro. A revelação (no Antigo Testamento) está continuamente incompleta, por isso tende a atingir a plenitude, pela sua manifestação e realização definitiva, em que cada etapa é uma aproximação, um anúncio, uma prefiguração, uma promessa. Todo o Antigo Testamento é direccionado para Cristo e culmina Nele, perfeito Revelador do Mistério do Pai. Israel não se encontra em primeiro lugar com Deus a partir de uma reflexão intelectual ou do estudo da natureza, mas sim a partir da sua história, em que Deus intervém fazendo Aliança com o Seu Povo, salvando-o. Se queremos chegar a compreender a fé de Israel em YHWH, temos de nos aproximar dos acontecimentos que a originaram. Deus auto-manifestou-Se a algumas pessoas, a um povo e eles transmitiram-nos essa experiencia. (O Tetragrama Sagrado YHVH ou YHWH (mais usado) (ÙÔ-ÕÔ, na grafia original, o hebraico- refere-se ao nome do  HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Deus" \o "Deus" Deus de  HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Israel" \o "Israel" Israel em forma escrita já  HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Translitera%C3%A7%C3%A3o" \o "Transliteração" transliterada e, pois,  HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim" \o "Latim" latinizada, como de uso corrente na maioria das culturas atuais. A forma da expressão ao declarar o nome de Deus YHVH (ou JHVH na forma latinizada) deixou de ser utilizada há milhares de anos na pronúncia correta do hebraico original (que é declarada como uma língua quase que completamente extinta). As pessoas perderam ao longo das décadas a capacidade de pronunciar de forma satisfatória e correta, pois a língua precisaria se curvar (dobrar) de uma forma em que especialistas no assunto descreveriam hoje em dia como impossível. Os nomes YaHVeH (vertido em português para Javé), ou YeHoVaH (vertido em português para Jeová), são  HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Translitera%C3%A7%C3%A3o" \o "Transliteração" transliterações possíveis nas línguas portuguesas e espanholas, mas alguns  HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Erudito" \o "Erudito" eruditos preferem o uso mais primitivo do nome das quatro  HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Consoante" \o "Consoante" consoantes YHVH; já outros eruditos favorecem o nome Javé (Yahvéh ou JaHWeH).) 3. O Deus dos Patriarcas (Abraaão, Isaac, Jacob) Monolatria (adoração centrada numa só divindade) ou Monoteísmo (aceitação da existência de um único Deus)? Nas primeiras manifestações da Bíblia (até Moisés e inclusive até bastante depois), não se pode falar com propriedade de monoteísmo (a crença de que há Um só Deus), mas sim de monolatria (só se adora O Deus do clã, da tribo, do povo (aglomerado populacional), do próprio território, aceitando a existência de outros deuses, que favorecem outros clãs e outros povoados e são adorados por eles). Os exemplos são numerosíssimos. Vejamos apenas alguns: Mical a esposa de David, conserva os ídolos familiares em sua casa (1 Sam. 18, 13-16) e o mesmo rei David, quando tem de fugir de Israel para o deserto, está convencido de que ali terá que servir outros deuses: os deuses do lugar (1 Sam 26,19). A pregação dos Profetas desde Elias e o desastre do desterro, mudaram a mentalidade do povo, até que finalmente ele aceite a existência de um Único Deus Verdadeiro e se afirme claramente que todos os outros são falsos. O Nome de Deus. A primeira etapa da relação de Deus com Israel, começa com o chamamento de Abraão e a sua viagem para Canaã desde Ur dos caldeus, até ao ano de 1850 a.C., tal como nos é narrado a partir do Gn 12. Para falar de Deus usa-se uma palavra “El”, que deriva da raiz semítica ‘l, que se usava para nomear tanto o rei como o pai dos deuses. Abraão e os Patriarcas nomeiam o Deus que lhes sai ao encontro da mesma maneira que a gente do seu tempo e da sua região. Para expressar a quem se referem (um deus concreto de quem tiveram uma experiencia concreta) usam três meios: - Colocam junto a “El” um adjectivo que o especifica: El Elyon= Deus Altíssimo (Gn 14,19-22); El Shadai = Deus Omnipotente, da montanha (Gn 17,1); El Elohim = Deus Eterno; etc. Colocam o nome El no plural: Elohim, para expressar a grandeza e o poder do El de Israel, por cima dos outros deuses. É a maneira ordinária (vulgar) de chamar a Deus na Bíblia, até à revelação do seu nome a Moisés (YHWH). Aparece 2600 vezes no Antigo Testamento, enquanto que El aparece 240. Falam do “Deus de Abraão, Isaac e Jacob“. Aquele (e não outro) de cuja presença salvadora tiveram experiencia os seus antepassados. As características de Deus Os primeiros israelitas eram seminómadas no deserto. O Deus que se manifestou a Abraão, ajuda-os a compreende que ser nómada ou estrangeiro não é uma fatalidade, e que pode até chegar a ser uma vocação. - Deus saiu ao encontro de Abraão como Alguém que dialoga, entra em relação com o homem, por uma generosa iniciativa de amor. É um Deus pessoal. - Mostra-Se amigo seguro do homem, guia-o para a felicidade e sustem-no no caminho (é a sua rocha e o seu escudo). - Entra na história de Abraão, num tempo e lugar concretos e convida-o a sair, a pôr-se a caminho, a deixar o que era seu (a sua segurança), e a confiar N’Ele. - Estabelece aliança com o homem, assume compromissos e faz promessas (Gn 17, 1-8). - Permanece misterioso e transcendente, incompreensível, oculta o Seu Nome – imagem do Seu Ser (Gn 32, 25-31). Não pode ser totalmente conhecido, e muito menos ser dominado pelo homem. Em resumo: num contexto politeísta, no qual as forças da natureza, os animais…estavam divinizados, Deus manifesta-Se como um Ser Vivo, amigo do homem, que entra em contacto com Abraão (e não com algum personagem indeterminado ou a humanidade em geral), num tempo e lugar concretos. Os descendentes de Abraão começaram dando-Lhe um culto privilegiado (e depois exclusivo) como o Deus do pai (Abraão) e do seu clã, de Quem teve uma experiencia directa da Sua presença, da Sua proximidade, das Suas promessas. 4. O Deus de Moisés e do Êxodo: o Seu Santo Nome Os descendentes de Abraão (os filhos de Jacob), depois de várias peripécias, estabelecem-se no Egipto – terra rica e fértil -, procurando sobreviver a um momento de fome no país de Canaan. Ali, com o passar dos tempos, acabam por ser escravos (Gn 37-50 e Ex. 1). 430 anos depois (Ex. 12,40), por volta de 1 250 anos a.C., Moisés tem uma profunda experiencia de Deus no deserto, que dará lugar ao nascimento do povo de Israel. Deus apresenta-Se como “o Deus de Abraão, Isaac e Jacob”, o Deus dos Pais (com as características que se veem em Génesis: Deus pessoal, que sai ao encontro do homem, que procura a sua amizade, que entra na sua história, que permanece misterioso ao mesmo tempo…). Ouve o lamento do povo e intervém para o libertar e para cumprir as promessas feitas aos Patriarcas (Ex 2, 23-24). Além disso, aprofunda a revelação que fez a eles, manifestando o Seu Nome no Sinai. O Nome de YHWH (Yavéh): Em Ex 3,1-15, é-nos narrada a revelação que Deus fez a Moisés na sarça ardente (o fogo da palavra). Moisés quer “conhecer” a Deus, o Seu Nome e Deus manifesta algo de Si, permanecendo a Sua transcendência (Ex 33,17-23, assim como em Gn 32,25-31, nos manifesta a incapacidade do ser humano para ver o Rosto de Deus, para compreender o Seu Mistério: tudo o que Moisés pode ver é à “volta” de Deus, algo do Seu Mistério, sem O poder ver totalmente). Deus ao revelar o Seu Nome, também manifesta algo da Sua identidade, ao mesmo tempo que permanece escondido, inacessível. YHWH é uma derivação do verbo hajah, “ser”, com as conotações dinâmicas, no sentido de “existir”, “viver”. Em Ex 3,14 interpreta-Se como “Eu Sou o que Sou” (deve acrescentar-se “E estarei contigo”, ou “serei para ti”, pelo sentido dinâmico e o carácter da promessa do texto). YHWH revela-Se como O que tem a existência (O que É) e a comunica (para ti). Nós temos o ser, porque o recebemos de Deus; enquanto que Ele o tem em Si mesmo e no-lo dá. Ele manifesta-Se como O que dá a vida, porque a tem em Si mesmo, não recebida de outrém. A esse respeito Oseias é profundamente significativo (Os 2-25)”tu és o Meu Povo e ele me dirá Tu és o Meu Deus.” Para enfatizar a Sua Transcendência, quando na Bíblia se encontrava o Nome, não se pronunciava e substituía-se por “Adonai” (Meu Senhor), “ha Hashem” (o Nome)… A Tradição Grega coloca no seu lugar “Kyrios” (Senhor). Os massoretas (Os Massoretas eram escribas judeus que se dedicaram a preservar e cuidar das escrituras que atualmente constituem o Antigo Testamento. Texto Massorético ("MT") é um texto em hebraico do Tanakh, usado no Judaísmo como leitura sagrada. Inclui a Torá e outros livros considerados de inspiração divina. Conhecido como Bíblia Hebraica ou Tanakh, foi utilizado como base em várias traduções protestantes do Velho Testamento. O cânone da Igreja Católica, fixado através do Concílio de Trento (1545-1563), utiliza para o Antigo Testamento ou Escrituras Hebraicas a versão conhecida como Septuaginta, que é a tradução do Antigo Testamento para o idioma grego, patrocinada pelo faraó Ptolomeu II (287 a.C.- 247 a.C.) do Egipto. Escrito em hebraico antigo, com letra quadrada, os massoretas levantaram a pronúncia tradicional do texto de consoantes ( o hebraico não tinha vogais), graças a um sistema de pontuação inventado para atender a acentuação vocálica…) colocam juntas as consoantes de “YHWH”e as vogais de “Adonai”, de que unindo-se, resulta a pronuncia incorrecta “Jehová”, já que a original era “Yahvé”, como atestam os Padres da Igreja e os samaritanos usam até ao dia de hoje. O Êxodo e a Aliança: A revelação do Nome de YHWH (a possessão e a doação do Ser, a Sua Transcendência), está continuamente unida à referência dos Patriarcas: É Ele que cumpre as promessas feitas aos Pais (Ex 3,6; 6,1-2). Porém não é um Deus só do passado; é-O também do presente: vê a opressão do Seu Povo e actua para o libertar (Ex 3, 7-10); e do futuro: promete a Sua assistência e a conquista da terra de Canaã (Ex, 17). Deus manifesta-Se também superior aos deuses egípcios, com um poder absoluto sobre os locais e os tempos (o Seu actuar estende-se também sobre os povos estrangeiros, nas suas terras e no deserto…); o que prepara a revelação da Unicidade de Deus (os outros deuses são apenas aparência), tal como se intui no Decálogo (Ex.20, 1-3; Dt. 5, 6-7; 6,4) e Se manifesta plenamente na pregação profética (1 Rs 18, 17-40). 5.Deus, Pai do Povo, resgata-o e educa-o Deus não Se apresenta ordinariamente com o Pai no Antigo Testamento. Ainda que em algumas ocasiões se apresente como Pai do Povo, que o criou e o libertou da escravatura, guiando-o pelo deserto e introduzindo-o na Terra Prometida, etc. Noutras se apresentará como Pai do Rei (que representa a comunidade). Nos textos mais recentes, aparecerá como Pai dos justos, dos enfermos e das viúvas. No segundo século antes de Cristo, o Livro de Ben-Sirá invoca duas vezes a Deus como Pai: “Senhor, Pai e Senhor da minha vida”(23,1); “Invoquei o Senhor: Tu és meu Pai”(51,10). Normalmente o Antigo Testamento ensina que Deus é totalmente diferente dos homens e enfatiza o seu afastamento, a sua grandeza, a sua incompreensibilidade. Quando Deus se apresenta como Pai do povo, fica claro que não se fala de uma filiação de geração, mas sim de adopção: Deus adoptou gratuitamente a Israel, sem qualquer mérito da sua parte: “Sois filhos do Senhor, vosso Deus. Sois um povo consagrado ao Senhor teu Deus. O Senhor teu Deus te escolheu para seu povo entre todos os povos da terra” (Dt 14,1-2). O povo foi escolhido por Deus, que o consagrou e o adoptou como filho. São Paulo irá desenvolver mais tarde este tema, para discutir o destino de Israel. S.Paulo sofre porque o seu povo não acolhe o Messias, apesar de ter tudo a seu favor: “Tenho uma grande tristeza uma dor contínua no meu coração. Desejaria ser amaldiçoado, ser eu próprio separado de Cristo, pelo bem dos meus irmãos, os da minha raça, segundo a carne. Eles são os israelitas, a quem pertence a adopção filial, a glória, as alianças, a lei, o culto, as promessas. A eles pertencem os patriarcas e é deles que descende Cristo, segundo a carne. Deus está acima de todas as coisas, bendito seja Ele pelos séculos. Amen.” (9, 2-5) Israel é pois, um povo adoptado por Deus. E Deus actuou como Pai do povo na história, cumprindo com as obrigações dos pais: Alimentou-o e protegeu-o, resgatou-o e educou o seu povo. Deus alimentou e protegeu o Seu Povo no deserto, dando-lhe o maná, fazendo brotar a água do rochedo, vencendo os inimigos de Israel, introduzindo-o na Terra “porque amou os seus antepassados e escolheu a sua descendência depois deles” (Dt 4,37). Deus resgatou o Seu Povo como um Pai que faz tudo o que está na sua mão, para libertar o seu filho, se por qualquer razão tiver caído na escravidão. O chefe de família tem de “resgatar”, “recuperar” uma terra, um escravo ou um membro do clã que se tenha perdido. É tal o amor pelo seu povo/filho, que está disposto a lutar por ele, a sacrificar por ele os filhos dos egípcios: “Diz ao Faraó: Israel é o meu primogénito e eu te ordeno que deixes sair o meu filho para que Me sirva; se te negares a soltá-lo, Eu darei a morte ao teu primogénito”(Ex 4,21-23). Como filho primogénito de Deus, Israel é livre. Caiu na escravidão e Deus dispõe-Se a resgatá-lo: “Apareci a Abraão, a Isaac e a Jacób como Deus supremo, mas pelo nome de “Senhor”, Eu não fui conhecido por eles. Também estabeleci a minha aliança com eles, para lhes dar a terra de Canaã, a terra das suas peregrinações, onde residiriam como estrangeiros. E também fui Eu que ouvi o gemido dos filhos de Israel, que os egípcios reduziram à servidão, e recordei-Me da minha aliança. Por isso, diz aos filhos de Israel: Eu sou o Senhor, e far-vos-ei sair do peso dos carregamentos do Egipto, hei-de libertar-vos da sua servidão e resgatar-vos com braço estendido e com grande autoridade. Tomar-vos-ei para mim como povo e Eu serei para vós Deus, e reconhecereis que Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos fez sair do peso dos carregamentos do Egipto. E far-vos-ei entrar na terra pela qual levantei a minha mão para a dar a Abraão, a Isaac e a Jacob, e vo-la darei em posse diz o Senhor” (Ex 6, 3-8). Passados alguns séculos, o povo, por culpa própria, é conduzido ao desterro e volta a ser escravo. Mas a infidelidade do povo, não invalida a fidelidade de Deus, que decide resgatá-lo de novo, mesmo que para isso tenha de lutar contra os seus opressores: “E agora, eis o que diz o Senhor, o que te criou, ó Jacob, o que te formou, ó Israel: Nada temas, porque Eu te resgatei, e te chamei pelo teu nome; tu és Meu. Se tiveres de atravessar as águas, estarei contigo, e os rios não te submergirão. Se caminhares pelo fogo, não te queimarás, e as chamas não te consumirão. Porque Eu o Senhor, sou o teu Deus; Eu, o Santo de Israel, sou o teu salvador. Entrego o Egipto por teu resgate, a Etiópia e Seba em troca de ti. Visto que és precioso aos meus olhos, que te estimo e te amo, entrego reinos em teu lugar, e nações, em vez da tua pessoa. Não tenhas medo, que Eu estou contigo. Trarei do Oriente os teus filhos, e congregarei do Ocidente os que te pertencem. Direi ao Norte: Devolve-os! E ao Sul: Não os retenhas! Tragam-me os meus filhos lá de longe, e as minhas filhas dos confins da terra. São todos aqueles que têm o Meu Nome, que Eu criei para minha glória, que Eu fiz e formei.”(Is 43, 1-7). Porque Deus ama o povo, este é precioso e Deus o salvará dos seus inimigos. Deus educa o Seu Povo.Depois de libertar o povo dos egípcios, Deus tem que o ensinar a ser livre. O povo recorda continuamente os alhos e cebolas do Egipto, quer voltar para a escravatura, por não saber viver a sua liberdade em responsabilidade e Deus empreende uma árdua tarefa para o educar. A educação realiza-se no seio da família. Os pais transmitem aos filhos os seus conhecimentos e o seu ofício (ver Pr 1,8; 2,1; 3,1; 4,1-6). O pai quer o melhor para os seus filhos, por isso os repreende e corrige se eles errarem (Pr 3,11-12 “Meu filho, não rejeites a correcção do Senhor, nem te irrites quando Ele te repreender, pois o Senhor castiga (corrige) aquele a quem ama, como um pai a um filho querido”). Deus actuou como um pai educando a Israel. As aflições do deserto são vistas como pedagogia paternal de Deus: “Praticarás todos os mandamentos que eu hoje te imponho, para viveres, te tornares numeroso e entrares na posse da terra que o Senhor prometeu por juramento a teus pais. Recorda-te de todo esse caminho que o Senhor, teu Deus, te fez percorrer durante quarenta anos pelo deserto, a fim de te humilhar, para te experimentar, para conhecer o teu coração e ver se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou e fez passar fome: depois alimentou-te com esse maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis, para te ensinar que nem só de pão vive o homem; de tudo o que sai da boca do Senhor é que o homem viverá: A tua roupa não envelheceu sobre ti e os teus pés não incharam durante esses quarenta anos. Reconhecerás então, no teu coração que tal como um homem educa o seu filho, assim o Senhor, teu Deus, te educa. Observarás os mandamentos do Senhor, teu Deus, andando nos seus caminhos e temendo-O.” (Dt 8, 1-6). A educação une o amor e o carinho, a protecção (os teus vestidos não envelhecerão, nem os teus pés incharão…) e a firmeza em exigir obediência (prova, aflição…) para fazer dele educado, uma pessoa adulta, capaz de enfrentar a vida real com os seus problemas. As normas do pai não são caprichosas, mas são ensinamentos necessários para a vida. A educação é trabalhosa e prolongada, é exigente, mas está animada pelo afecto paterno. Não é teórica, mas é uma vivência de vida, não é uma experiencia. Submeter à prova é colocar o educando numa situação em que tenha que tomar decisões e ultrapassar dificuldades, ao faze-lo, vai-se manifestando e realizando, vai crescendo. O pai “adianta-se” e provoca a situação de conflito, porque “já sabe” o resultado. Não seria um verdadeiro pai, se cedesse em tudo. O pai deseja que o seu filho lhe obedeça, porque os seus mandatos são para o bem do filho. O aluno deve combinar a coragem e a resistência, sempre confiando no auxílio paterno. Todo o capítulo segundo do Eclesiástico é um convite a confiar em Deus e a perseverar no meio da provação. O pai/mestre, dirige-se ao filho/discípulo, para lhe indicar o caminho da felicidade. A Felicidade encontra-se no serviço ao Senhor, mas para a encontrar é necessária a paciência e a fidelidade, a constância e a obediência, que se constroem sobre a Misericórdia do Senhor que estende os seus braços paternos: “Filho, se te preparas para servir ao Senhor, prepara-te para a provação: orienta bem o teu coração, mantém-te firme e no tempo de infortúnio não te deixes perturbar…Põe N’Ele a tua confiança, que Ele virá em tua ajuda…porque o Senhor é compassivo e misericordioso, Ele perdoa os teus pecados e te salva no tempo de angústia…Acolhamo-nos nos braços do Senhor e não nos dos homens, porque a Misericórdia do Senhor é como a Sua Grandeza… ” Os Profetas: Deus é Uno, Santo e Misericordioso A monarquia estabelece-se em Israel pouco antes de 1 000 anos a.C.. A unidade social e política e permite um reforço do Yahvismo como fé de todo o povo, defendida pelo rei: com um único templo, o da capital. O contacto com os povos vizinhos e as alianças dos reis por meio do casamento com princesas estrangeiras, levou também a um sincretismo religioso e à tolerância do politeísmo, já que as novas esposas traziam consigo os seus deuses, os seus cultos e os seus sacerdotes. O Profetismo surgiu neste contexto: Como iluminação e correcção do poder real e Como purificação da ideia de Deus, defesa da Sua Unicidade e acusação das traições à Aliança. Os Profetas são chamados por Deus para falar em Seu Nome, ao rei e ao povo. YHWH manifesta-se-lhes como Deus dos primeiros Patriarcas e de Moisés, que recorda a sua Aliança com Abraão e a sua família e com Moisés e o Seu povo, que aprofunda na revelação da Sua Identidade e que denuncia os pecados do povo, para o ajudar a encontrar a vida. Elias, o grande defensor da unicidade de Deus no séc. IX a.C., experimenta a continuidade da revelação de Deus, junto com a sua absoluta novidade… Na caverna do Sinai tem uma experiencia similar à de Moisés. Mas ao mesmo tempo totalmente distinta: Deus não lhe manifesta em fenómenos cósmicos, grandiosos, mas apenas na suavidade da brisa. YHWH “passa” junto a ele, actua, fala, mas permanece escondido, sem rosto nem figura, misterioso, inacessível e incompreensível (1 Rs 19, 8-14 “Elias levantou-se, comeu e bebeu; reconfortado com aquela comida, andou quarenta dias e quarenta noites, até arder de zelo pelo Senhor, o Deus do universo, porque os filhos de Israel abandonaram a sua aliança, derrubaram os seus altares e assassinaram os seus profetas. Só eu escapei; mas também a mim me querem matar! O Senhor disse-lhe então; sai e mantém-te neste monte, na presença do Senhor; eis que o Senhor vai passar. Nesse momento, passou diante do Senhor um vento impetuoso e violento que fendia as montanhas e quebrava os rochedos diante do Senhor; mas o Senhor não se encontrava no vento. Depois do vento tremeu a terra. Passou o tremor de terra e ateou-se um fogo; mas nem no fogo se encontrava o Senhor. Depois do fogo, ouviu-se o murmúrio de uma brisa suave. Ao ouvi-lo Elias cobriu o rosto com um manto, saiu e pôs-se à entrada da caverna. Disse-lhe então uma voz: que fazes aqui, Elias? Ele respondeu: Ardo em zelo pelo meu Senhor, Deus do universo, porque os filhos de Israel abandonaram a tua aliança, derrubaram os teus altares e mataram os teus profetas. Só eu escapei; mas agora também me querem matar a mim.”). Deus separa-se dos grandes fenómenos cósmicos, com que se confundem as pessoas comuns. Estes não são deuses ou forças divinas, mas estão ao seu serviço. A glória de Deus: É a maneira com que Deus manifesta a Sua santidade e ao mesmo tempo Sua presença no meio do povo. Tema já presente no Êxodo (13, 21-22; 24, 15-17) e em que a Glória de Deus (Kabok, em hebraico) é o sinal da Sua presença poderosa guiando o povo. Salomão construiu um Templo ao Senhor em Jerusalém, cerca dos anos 950 a.C.. Durante a sua consagração a Glória de Deus desceu para indicar que está junto do Seu Povo, que escuta as suas preces, ao mesmo tempo que permanece no Céu (1 Rs 8, 10-29 “Quando os sacerdotes saíram do santuário, a nuvem encheu o templo do Senhor. Deste modo os sacerdotes não puderam ficar ali a exerceram o seu ministério, por causa da nuvem, já que a glória do Senhor enchia o templo do Senhor. Disse então Salomão: O Senhor escolheu habitar em nuvem escura! Por isso é que Te edifiquei um palácio, um lugar onde habitarás para sempre. Depois, o rei voltou-se para a assembleia de Israel, que se mantinha de pé e disse: Bendito seja o Senhor, Deus de Israel que por sua boca falou a meu pai David, e por sua mão acaba de cumprir a promessa que lhe fez quando disse: Desde o dia em que fiz sair Israel, meu povo do Egipto, não escolhi cidade alguma de entre as tribos de Israel, onde fosse edificada uma casa para que ali estivesse o meu nome… ”). A diferença dos deuses pagãos, YHWH não é um ídolo que habita somente no seu templo, YHWH é um Deus Transcendente, até ao ponto em que a imagem da sua presença é precisamente um espaço vazio no “Santo dos Santos”. A partir do tema da glória, da nuvem e da presença, prepara-se o tema da “Shekináh”, que se refere ao facto de Deus ter “descido” para “morar” no meio do Seu Povo, entre os seus fiéis: no deserto, no templo e no desterro. Isaías (6,1-5; Ezequiel; 1,4-5. 26-28)…insistem em que a Glória de Deus é a manifestação da santidade de Deus que Se faz presente como salvador no meio de Israel. Tema recuperado no Novo Testamento, com a “eskenosen” grego em (Jo 1,14), por exemplo (a palavra “acampou” entre nós) Da monolatria ao monoteísmo: Os Profetas denunciam o sincretismo, a adoração dos deuses falsos e anunciam YHWH como o Único Deus. Desde Elías (1 Rs 18,17-40), insiste-se em que a inconsistência dos ídolos se manifesta na sua ineficácia (ver Is 40, 18-23; 41, 21-24; 44, 6-11; etc). Ao contrário de YHWH que actuou na história de Israel, salvando continuamente o seu Povo. Inclusive as vitórias dos outros povos, são interpretadas com o castigo de Deus, que pode actuar em todos os lugares e em todos os tempos, porque é o único Criador de tudo (Is 40, 18-28; 44,6-11). Por ser o Único Deus, deve ser adorado por Israel (Dt 6, 4-15: Não sigas os deuses das nações vizinhas…) passa a ser entendido como o Único Deus em absoluto (de Elohim a Eloihim Dt 4, 32-40 : Reconhece agora e medita no teu coração, que só o Senhor é Deus, tanto no alto no alto do céu como em baixo, sobre a terra, e que não há outro…). O único Criador é o único Deus (Is 40,28). Só se poderá dizer que Deus criou tudo do nada em 2 Mac 7,28, escrito em grego, porque não existiam essas palavras abstractas em hebreu, porém a ideia está em Gn 1,1 e ss; Is 44,24; Sab. 11,27… YHWH comunica-Se pelo Seu Espírito e promete o Messias: YHWH manifesta-Se a Elias na brisa. Vento, sopro, brisa, diz-se ruáh em hebreu. A ruáh de Deus é a Sua manifestação fora de Si na Criação e na história. Quando YHWH Se expressa e Se comunica a alguém distinto de Si, fá-lo poe meio da sua ruáh (Espírito) e da Sua dabar (Palavra). A Palavra expressa o que Ele quer comunicar e o Espírito transmite a Sua Vida. Sem o Espírito, o homem é apenas carne e pó (Sl 104, 19-20). O Espírito faz a comunhão entre Deus e o homem. YHWH concede-O de maneira especial a Moisés, aos Juízes, aos Reis e aos Profetas, para que actuem em Seu Nome, mas sobre o Messias repousará o Espírito do Senhor (Is 11, 1-2; 61, 1 e ss), para que possa levar a salvação a todos os povos (Is 42,1), dá-Lo a todos, de maneira que o Espírito se deposite no coração dos homens, para realizar uma aliança nova e definitiva (Ex 36, 24-28; Jr 31, 31 e ss). O Espírito poderá purificar os homens dos seus pecados (Sl 51), dar-lhes sabedoria (Sab 9,17), comunicar-lhes a vida para além da morte (Ex 37,1-14), renovar toda a Criação (Is 32,15). YHWH é Misericordioso: Pai: Nas religiões orientais falava-se de Deus como Pai, num sentido natural, porque se via uma continuidade entre os homens e os deuses. Mas Israel sabe que Deus é Transcendente, inalcançável. Não Lhe chamará Pai, porque gera filhos, mas porque livremente elege Israel como filho. É uma paternidade de aliança (Oz 11, 1; Jr 31,9; Sl 103, 13; Is 63,15). Deus manifesta primeiro a Sua distância, porque para que se estabeleça uma relação é necessário aceitar e respeitar a diferença. Quando Israel compreende que não é nem pode chegar a ser Deus, YHWH manifesta-Se-lhe como Pai que o acolhe por graça na sua família. Também se utilizam imagens maternais para falar da relação que Deus estabelece com o Seu Povo (Is 49,15; 66,13; Os 11,8), enquanto purifica as ideias dos povos vizinhos, que viam com naturalidade a existência de várias deusas/mães. YHWH manifesta-Se como o Único e para Se dar a conhecer. Aplica-Se as características paternas e maternas, mas Ele está para lá das experiencias e não é nem homem nem mulher. YHWH é Misericordioso: Esposo: A relação entre Deus e o Seu Povo, que desde o Êxodo, se manifestava em termos jurídicos, de aliança (pacto entre reis e povos), é expressada pelos Profetas em termos mais pessoais, de relação amorosa entre esposos. Oseias cerca do século VIII a.C. utiliza a sua própria história, para falar da relação de Deus com o Seu Povo. Casado com uma mulher que o abandona e se prostitui, mantém o seu amor por ela e a perdoa, disposto sempre a recomeçar de novo. A partir de Oseias, todos os Profetas posteriores usaram a aprofundaram a imagem (a maneira de narrar a história em Ezequiel, 16 é singularmente bela). O Cantar dos cantares é um cântico esponsal que celebra o amor do rei Salomão e a bela Sulamita, ao entrar no cânone bíblico, se converterá na melhor imagem da busca amorosa de Deus pelo Seu Povo, descrevendo a ilimitada misericórdia de Deus, que sabe perdoar, inclusive a traição mais pérfida, e que nos admite na Sua intimidade. Conclusão: Destes temas de pregação profética, se vai deduzindo que YHWH é transcendente, inacessível e incompreensível para o homem, mas não é impassível ou longínquo, mas que livre e voluntariamente, por amor, saí de Si e encontra-Se com o povo, dá-Se-lhe e sofre com ele. 7.O drama do exílio: a destruição das promessas de Deus Em 722 a. C., cai a Samaria e todo o Reino do Norte (Israel) nas mãos dos Assírios, que levam os israelitas para o exílio. Posteriormente a Assíria fica debilitada e cai a sua capital Nínive. Então surge a Babilónia. O rei Josias de Judá morre em 609 numa batalha. Em 597 a.C. cai Jerusalém e todo o reino do Sul (Judá) nas mãos dos babilónios, com uma primeira deportação dos nobres da corte. Em 587 é destruída Jerusalém e a população é deportada em massa. Depois de muitas peripécias, cai babilónia e surge uma nova potência: a Pérsia. O seu rei Ciro, permite aos judeus o retorno a Jerusalém e a sua reconstrução em 538 a.C. O exílio é uma ferida na memória de Israel. Tudo se divide num antes e num depois. O Exílio é a contradição de Deus e das suas promessas, a grande crise de fé, o encontro com a morte. A Cidade Santa é destruída, o Templo profanado, a dinastia davídica aniquilada, o povo deportado. Deus parece não ser o esposo, o pai, o amigo que dizia ser. Os deuses da Babilónia parecem mais fortes. Onde ficaram as Promessas e a Aliança? – Para compreender alguma coisa da profundidade deste drama que Israel viveu, aprofundemos o capítulo 2 dos Livro das Lamentações. É um acróstico (Uma composição em verso, na qual, a primeira, e alguma vez, a última letra da linha é lida em ordem e forma um nome ou título – e assim as primeiras letras de cada frase, tornam-se uma palavra na vertical), no qual cada versículo começa por uma letra do alfabeto hebraico, indicando que se abraça a totalidade da realidade. Tudo se encontra absolutamente sob o signo da destruição: Deus destrói Jerusalém (vv. 1-9), Jerusalém encontra-se na desolação (vv.10-17), grito de Jerusalém (vv. 18-22). 2ª Lamentação vers 1 – “O Senhor na sua ira o Senhor escurecerá a cidade de Sião! Precipitou do céu à terra o esplendor de Israel. Esqueceu o estado dos seus pés, no dia da sua ira”. Jerusalém é apresentada como formosa, a glória de Deus e do povo, onde se encontra o Templo e a Arca, e estrado dos pés de Deus. Mas agora tudo isso foi destruído pelo mesmo Deus. No deserto cobria o povo com a Sua sombra, para o proteger do sol e dos inimigos. Também cobriu de sombras os egípcios para os destruir. Aqui trata o Seu Povo como se fosse seu inimigo. Vers. 2 – “O Senhor arrasou, sem piedade, todas as moradas de Jacob. E, em seu furor, arruinou as fortificações da capital de Judá. Lançou por terra e amaldiçoou o reino e os seus príncipes”. Deus é apresentado como alguém que actua com ira, com cólera, com furor, que derruba, destrói, arrasa, cobre tudo de sombras…”sem piedade”(vers. 17: destruiu sem piedade; vers.21: sacrificou sem piedade) . O contrário do que diziam os Profetas: Onde pára o Deus compassivo e misericordioso, o que se definia como pai e esposo de Israel? – Deus converteu-Se num inimigo cruel. Vers. 3 – “No ardor da sua cólera, quebrou todo o poderio de Israel. Em face do inimigo, retirou o apoio da sua mão direita. Provocou um incendio em Jacob, queimando tudo à sua volta”. A mão direita, que servia para proteger a Israel, para lutar a seu favor, serve agora para o entregar à destruição. O Sl 74 diz: “Ó Deus, porque nos rejeitas para sempre? Porque se inflama a tua ira contra o rebanho do qual és pastor? … Porque retiras a tua mão e escondes a tua direita”. São as perguntas jurídicas que servem para confrontar o culpado com os seus delitos. Vers.4 – “Como um inimigo, retesou o seu arco, firmou bem a sua direita. Como adversário, destruiu tudo o que era agradável à vista. Nas tendas da cidade de Sião lançou como fogo o seu furor.” Vers. 5 – “O Senhor comportou-Se como inimigo, destruiu Israel; demoliu os seus palácios, arrasou as suas fortificações; sobre a cidade de Judá acumulou dores e mais dores.”Esta é a experiencia mais dura. Retirou a mão que usava para proteger e usa-a para destruir. Tirou as medidas a Jerusalém, não para a construir, mas para arruiná-la por completo (Vers. 8 - “Resolveu o Senhor demolir os muros de Sião; mediu-a com um cordel e não retirou a sua mão destruidora. Derrubou os muros e a fortaleza: em conjunto se desmoronaram”). Faz algo realmente ignominioso: atraiçoou os seus, entregando o seu próprio povo ao inimigo (Vers. -7 “O Senhor rejeitou o seu altar, desprezou o seu santuário e entregou nas mãos do inimigo os muros dos seus palácios. Elevaram-se gritos na casa do Senhor como em dia de festa”). Em Josué (20,5) encontramos o mesmo verbo: Um homicida acidental, não deve ser “entregue” ao vingador, tal como Deus fez. Em 1 Samuel (23) encontramos um paralelismo. David, fugindo de Saul, tem compaixão da cidade de Queilá, que vai cair nas mãos dos seus inimigos e liberta-a. Saul vai atrás dele e David pergunta a Deus: “Entregar-mo-ão”? – “Sim”, responde Deus. Agora Deus entrega ignominiosamente a Jerusalém. Este verbo pode-se traduzir também por “vender”, como no Salmo 44,10-13 : “…vendeste o Teu Povo por um preço irrisório e pouco lucraste com essa venda…”. Deus é apresentado como um traidor, um vendedor de escravos, e ainda por cima, sem retirar benefício disso. Vers. 22 – “…Aqueles que criei e eduquei, o meu inimigo os exterminou…”. Os inimigos são apresentados como destruidores, aniquiladores. Os Vers. 15, 16 e 17, dizem-nos que se riem de Jerusalém, fazem festa nela (não a festa religiosa para louvar a Deus, mas festa profana, para zombar D’Ele . Ao destruir, revelam a loucura de Deus, o verdadeiro inimigo, que destrói em vez de salvar.) 8. A interpretação profética do Exílio. A pergunta pelo sofrimento dos bons e pelo castigo dos maus. Vimos como viveu o povo judaico a invasão de Judá e de Jerusalém, pelos reinos do Norte (Lamentações 2). Jeremias 4,5 – 6,30, ensina-nos como a Escritura ajuda o povo a interpretar a experiencia. A reacção imediata é: culpar Deus. Ele enganou-nos e traíu-nos e entregou-nos ao inimigo. A interpretação profética é: Tudo isto aconteceu porque o povo se converteu em inimigo de si mesmo com o seu pecado. O texto anuncia a invasão, descreve-a e canta um lamento pela invasão. O cap. 4 anuncia a invasão e as suas consequências. O cap. 5 é uma proposta de investigação por parte de Deus para ver se ainda há alguma possibilidade de salvação, mas todos procuram o mal e se encaminham para a ruína. No cap. 6 misturam-se as cenas da guerra com as palavras do Senhor a Jeremias: enquanto o inimigo se aproxima, o profeta “procura” os que se podiam salvar e o “fundidor” que deve separar a escória do bom metal, mas todos são rebeldes, não há prata para separar da escória, que é afinal o que resta. O Profeta quer que o povo tome consciência do seu pecado, de que faz mal a si mesmo, para que convertendo-se, termine o seu mal: “Jerusalém, purifica o teu coração da maldade, para alcançares a salvação. Por quanto tempo te manterás apegada aos teus planos de maldade? – Eis que já se ouve uma voz vinda de Dan, a notícia da calamidade vem das montanhas de Efraim. Proclamai-as às nações. Ei-la! Anunciai-a a Jerusalém. Os inimigos vêm de terras longínquas e lançam seus gritos de guerra contra as cidades de Judá. Cercam-na como guardas de campo, porque se revoltou contra Mim – oráculo do Senhor. O teu proceder e a tuas obras te trouxeram desgraças. Este é o resultado da tua maldade: a margura fere o teu coração. (Jer 4,14.18)”. Ele adverte que a justiça não procura destruir, por destruir; o castigo não é mera aniquilação, mas uma correcção, e as futuras gerações devem compreender o que aconteceu: “Contudo, mesmo nesses dias, não vos exterminarei, totalmente – oráculo do Senhor. Quando vos perguntardes: porque nos tratou deste modo o Senhor, nosso Deus?, já podereis responder: assim como me abandonastes e servistes os deuses estrangeiros, na vossa própria terra, assim também servireis os estrangeiros numa terra que não é a vossa” (Jer 5,18-19). Jeremias explica o que sucede, participando da angústia do seu povo (ao contrário de Jonas, o anti-profeta de Nínive). A dor de Jeremias é um convite à conversão, à penitência, mas Jerusalém é uma cidade que estupidamente continua à procura de amantes. (Jer 4,30”E tu, desolada, que farás agora? Ainda que te vistas de púrpura, te adornes com ornamentos de ouro e alargues os olhos com pinturas, em vão te embelezarás: os teus amantes desprezam-te, só querem tirar-te a vida”). A sua angústia e medo são dores de parto, mas estéreis. (Jer 4,31 “Ouço gritos como os da mulher, ao dar à luz, soluços como os do primeiro parto, São os clamores da filha de Sião, que geme e ergue as mãos: ai, ai de mim! – A minha alma desfalece às mãos dos assassinos!”). Os gritos de advertência a Jerusalém não servem de nada: (Jer 4,5.16) ”Anunciai em Judá, proclamai em Jerusalém, mandai tocar a trombeta pelo país; gritai em alta voz e dizei: Reuni-vos e retirai-vos para as cidades fortificadas…”); Por isso se ouviram os gritos dos seus inimigos: “Proclamai às nações. Ei-la! Anunciai a Jerusalém. Os inimigos vêm de terras longínquas e lançam seus gritos de guerra contra as cidades de Judá”(Jer, 4,16); “Pois já oiço o som da trombeta e o alarido da guerra…Até quando verei o estandarte e ouvirei a voz da trombeta?...Ao grito dos cavaleiros e dos arqueiros a cidade ficou desabitada; penetraram nas selvas e sobem os rochedos; toda a cidade foi abandonada, sem qualquer habitante”(Jer 4,19.21.29). A invadida também gritará como uma parturiente, mas será um grito estéril, por não ter querido escutar: “Ouço os gritos como os da mulher, ao dar à luz, soluços como os do primeiro parto. São os clamores da filha de Sião, que geme e ergue as mãos: ai, ai de mim! – A minha alma desfalece às mãos dos assassinos!”(Jer 4,31). No Exílio, o pecado manifesta as suas consequências mais trágicas: angústia, vazio, desolação. Não é a culpa de um Deus vingador, enlouquecido, com raiva, mas sim a consequência dos seus pecados: o pecador faz mal a si mesmo. Isto levanta a questão do castigo dos maus com toda a crueza. Perante a morte – há proporção entre a culpa e a pena? A morte, o pecado e as suas consequências, são mais fortes do que Deus? Somos culpados, mas…a nossa culpa é mais forte que a vontade de salvação de Deus? – Então, se não nos pode salvar das consequências dos nossos pecados… Deus é inútil? – O Exílio é a imagem de todo o homem ante a dor e frente à morte. São perguntas que não têm uma resposta fácil e que nos devem manter numa atitude humilde. O Concílio Vaticano II afirmou que “a Igreja não tem resposta para todos os problemas que se colocam ao homem”, mas isso não significa que não façamos perguntas e não tentemos responder-lhes. O Profeta é inocente e também sofre…então, porque sofrem os bons? Jeremias profetizou o Exílio e explica o seu significado (é consequência do pecado do povo), vive a angústia do sofrimento. Na sua dor, coloca em crise as suas próprias explicações: “Eu disse: na verdade, ó Senhor Deus, Tu enganaste este povo e Jerusalém, prometendo-lhe a paz, quando a espada nos penetrou até ao mais íntimo”(Jer 4,10). Todas as suas confissões falam do mesmo: ele é perseguido por ser fiel ao Senhor, por anunciar a Sua palavra, não por ser pecador “O Senhor instruiu-me e eu entendi. Então vi com clareza o seu proceder para comigo”(Jer 11,18); “Os teus próprios irmãos e a tua família até esses são desleais para contigo”(Jer 12,6); “Ai de mim, ó mãe, porque me deste à luz. Sou um homem de discórdia e de polémica para toda a terra! Nunca emprestei e ninguém me emprestou; no entanto, todos me maldizem”(Jer 15,10); “Cura-me, Senhor, e ficarei curado; salva-me e serei salvo, porque Tu és a minha glória…Não sejas para mim objecto de espanto, Tu que és o meu refúgio, no dia da desgraça. Sejam confundidos os meus inimigos mas não eu! Temam eles, e não eu! Faz recair sobre eles o dia da amargura, e esmaga-os com dupla desgraça.”(Jer 17,14 - 18); “Eles disseram: Vinde e tramemos uma conspiração contra Jeremias, porque não nos faltará a lei se faltar um sacerdote, nem o conselho se faltar um sábio, nem a palavra divina por falta de um Profeta! Vinde, vamos difamá-lo, e não prestemos atenção às suas palavras! – Senhor ouve-me! Escuta o que dizem os meus adversários. É assim que se paga o bem com o mal? Abriram uma cova para me tirarem, a vida. Lembra-Te de que me apresentei diante de Ti, a fim de interceder por eles e afastar deles a Tua cólera. Por isso entrega os seus filhos à fome, e a eles próprios, ao fio da espada. Fiquem as suas mulheres viúvas e sem filhos; que os seus maridos sejam mortos pela peste, e os seus jovens feridos à espada no combate. Que todos ouçam os clamores, vindos de suas casas, quando de repente, lançardes sobre eles os salteadores! Porque abriram uma cova para me prender, e armaram laços ocultos para os meus pés. Mas Tu Senhor, que conheces todos os seus planos de morte contra mim, não lhes perdoes esta iniquidade. Que o seu pecado permaneça indelével a teus olhos; caiam eles de repente na tua presença. Castiga-os nos dia da Tua ira ”(Jer. 11,18-12,6; 15,10-21; 17,14-18,18-23). Especialmente dura é esta sua última confissão, em que chega a denunciar a Deus e a amaldiçoar o dia do seu nascimento: “Seduziste-me Senhor, e eu deixei-me seduzir! Tu me dominaste e venceste…Maldito seja o dia em que nasci! Não seja abençoado o dia em que minha mãe me deu à luz! Maldito seja o homem que anunciou a meu pai: nasceu-te um filho; alegra-te por ele! – Seja este homem como as cidades que o Senhor aniquilou sem piedade...Porque não me deu ele a morte no seio materno? Então, minha mãe teria sido o meu túmulo e o seu ventre permaneceria grávido para sempre! Porque saí do seu seio? Somente para contemplar tormentos e misérias, e consumir os meus dias na confusão”(20,7-18). Jeremias compreendeu o sentido da vida. No cap. 1, diz que foi conhecido, amado, consagrado desde o ventre de sua mãe. O seu nascimento foi como uma promessa. A partir do seu nascimento, que era promessa de vida, de alegria, apenas sentiu dor, desilusões, perseguições…Chega à conclusão de que não se nasce para viver, mas para morrer. A amargura leva-o a maldizer o dia do seu nascimento, como Job (cap.3). Ambos desejariam estar mortos, mas não queriam passar pela morte. Preferiam não ter nascido e que o ventre materno tivesse sido a sua tumba. Imagem duríssima: permanecer sempre no ventre, como uma promessa de vida que nunca chega a cumprir-se. É o engano da vida, tal como ela é experimentada pelas pessoas que vivem uma situação de especial sofrimento. Precisamente nessa dor, passando pela morte, Jeremias converte-se em símbolo de vida. Ele interroga-se porque existe o sofrimento, porque se morre. Não tem medo de colocar a pergunta em toda a sua dureza. Só então acontecerá uma tentativa de resposta, algo que até então jamais tinha acontecido em Israel. Ao falar da destruição como consequência do pecado, indica que, entrando na morte e na penitência…se pode sair vivo. Ele mesmo sairá vivo desta situação de morte, ele que é cidade inexpugnável (Jer 1,10-11 “A partir de hoje, dou-te poder sobre os povos e sobre os reinos, para arrancares e demolires, para arruinares e destruíres, para edificares e plantares. Depois foi-me dirigida a palavra do Senhor nestes termos: Que vês Jeremias? – E eu respondi: vejo um ramo de amendoeira. Viste bem – disse-me o Senhor – porque Eu vigiarei sobre a Minha Palavra para a fazer cumprir”). O povo pode reflectir, arrepender-se, assumir a sua culpa e livrar-se da morte definitiva. Permanece o tema do sofrimento de Jeremias e dos inocentes e também, o do castigo dos culpados (o pecado e o castigo ou a misericórdia de Deus terão a última palavra?). Colocaram-se estas perguntas, mas ainda não foram encontradas as respostas. O Livro de Job, redesenhará o tema até às últimas consequências, com uma crueza e um realismo que ainda hoje nos surpreende e nos fascina. 9. O Mistério de Deus nos Livros Sapienciais Há Sábios em Israel que se dedicam ao estudo das tradições e a recolherem provérbios e ensinamentos, desde a época do rei Salomão. Mas eles adquirem o seu sentido mais profundo depois do Exílio, quando cessou a profecia em Israel. Aprofundam-se os ensinamentos dos pais e transmite-se um conhecimento prático sobra a vida, aos jovens. O prólogo do Eclesiastes começa afirmando que “muitas e importantes lições nos foram transmitidas por meio da lei, os Profetas e os Escritos que se lhes seguiram”(Prólogo 1-2. A mesma divisão da Escritura se faz nos vers 8-10 do mesmo). Encontramo-nos com a divisão bíblica que perdurará até hoje no judaísmo: A Lei (Pentateuco), os Profetas: (anteriores: os Livros Históricos e Posteriores: os Livros Proféticos) e os Escritos Sapienciais. O Exílio trouxe uma grande crise de fé para Israel. O povo acreditou nas promessas de Deus: Jerusalém é a minha Cidade Santa, Eu viverei no Templo para sempre, um descendente de David se sentará no seu trono para sempre. Com a destruição de Jerusalém e do Templo e com a caída da disnastia davídica, estas promessas parecem falsas, os deuses estrangeiros parecem ser mais fortes do que YHWH. Os ensinamentos dos últimos Profetas, que veem no Exílio o castigo de Deus, e o cumprimento das suas ameaças que falam de um Novo Êxodo e de uma Nova Aliança, melhores que os anteriores, fazem recuperar a fé ao povo. O regresso a Canaã, nos dias do rei Dario da Pérsia, será uma crise ainda maior. A realidade é mais difícil do que haviam anunciado os Profetas. Muitos recusam voltar. Outros encontram as suas casas ocupadas por outros. A reconstrução é difícil e pesada. O egoísmo e o pecado continuam presentes…afinal, onde estão esse Êxodo e a gloriosa Aliança prometidas? Durante séculos, Israel falou de um destino e de uma responsabilidade colectivos. Os últimos Profetas aprofundaram o tema da responsabilidade pessoal (Ez 14, 12-23): cada um é culpado dos seus próprios pecados e receberá a recompensa das suas próprias boas obras. Surge assim, uma preocupação pela origem e o destino pessoal e pelos problemas concretos de cada homem. Nasce uma teologia que procura dar resposta a estas questões: A retribuição pessoal: Se fores bom, Deus te abençoará; se fores, mau Deus te rejeitará: (Pr 11,17)“O homem misericordioso faz bem a si mesmo, mas o cruel tortura o seu próprio corpo.”, (Pr 12,14)”O homem sacia-se com o fruto da sua boca: cada um recebe a recompensa, segundo a obra das suas mãos.”, (Pr 13,21)”A desgraça persegue os pecadores; a felicidade é a recompensa dos justos”… No seu esforço de reconstrução de Jerusalém, muitos justos se encontram abandonados, atraiçoados. Antes podia-se pensar em razões colectivas (pagam os pecados de seus pais…), mas agora, a dor do inocente, o fracasso do bom, perante o triunfo dos maus, apresenta-se como uma dolorosa pergunta. Job e Qohélet são testemunhos desse mal-estar e desanimo. A sabedoria tradicional não serve para solucionar os problemas que se colocam a cada um, nem se encontraram novas soluções. No texto poético de Job encontramo-nos com a incompreensão e a rebeldia do justo que serviu ao Senhor e se sente provado por um Deus Omnipotente, que parece regalar-Se destruindo um homem frágil. Os amigos de Job defendem a teologia tradicional: “Bildad de Chua tomou a palavra e disse: Até quando dirás semelhantes coisas? As palavras da tua boca são como um furacão. Acaso Deus tornará torto o que é direito?...A tua condição anterior parecerá modesta diante da grandeza da tua condição futura. Interroga as gerações passadas e considera a experiencia dos antepassados. Pois somos de ontem e nada sabemos; a nossa vida sobra a terra passa como uma sombra…Esta é a sorte dos que esquecem a Deus…A sua esperança ser-lhe-á arrancada; a sua segurança é uma teia de aranha. Ele apoia-se numa casa que se desmoronará…Porém Deus não abandona o homem íntegro, nem dá a mão aos malvados. Ele encherá a tua boca de sorrisos, e de júbilo os teus lábios. Os teus inimigos ficarão cobertos de vergonha, r a tenda dos maus não subsistirá”(Job 8,8-20). Segundo os seus amigos, Deus estaria a castigar algum pecado oculto de Job. Mas Job não se considera culpado, e mesmo que o tivesse sido, vê o castigo desproporcionado: “Sucumbo, não viverei mais; deixai-me, que os meus dias são apenas um sopro. Que é o homem, para lhe dares importância e fixares nele a Tua atenção, para que o observes todas as manhãs e os proves a cada instante? Quando afastarás de mim o teu olhar, e deixarás que eu engula a minha saliva? Que pecado cometi contra ti, ó juiz dos homens? Porque me tomas por alvo quando nem a mim mesmo me posso suportar? Porque não retiras o meu pecado e não apagas a minha culpa? Eis que vou dormir no pó; procurar-me-ás e já não existirei”(Job 7, 16 -21). Job encontra-se com uma teologia em crise e com uma imagem de Deus que não lhe serve. O seu problema é o da relação Deus/homem, o destino do justo, o sentido do sofrimento, a angústia da morte: “Uma só coisa quero afirmar: Ele extermina tanto o inocente como o malvado…”(Job 9,22). Job grita, pergunta, revolta-se contra Deus, desafia-O: “Estou pronto a defender a minha causa e sei que sou eu quem será justificado. Quem deseja litigar comigo? Se agora me calo, morrerei. Poupa-me apenas a duas coisas, e não me esconderei da tua face: afasta de mim a tua mão, e não me amedrontes com o teu terror. Depois, chama por mim e eu te responderei; ou então falo eu e Tu replicarás. Quantas são as minhas faltas e pecados? Mostra-me a minha iniquidade e os meus crimes, Porque ocultas a tua face, e me consideras teu inimigo? Queres assustar uma folha levada pelo vento e perseguir uma palha ressequida? ”(Job 13,18-25). “esta é a minha última palavra: responde-me oh Deus”(Job 31,35). Deus não tem que lhe responder, mas responde (Job 38, 1-41 “Então, do seio da tempestade, o Senhor respondeu a Job e disse: Quem é esse que obscurece os meus desígnio com palavras insensatas? Cinge os rins como um homem; vou interrogar-te e tu responder-me-ás. Onde estavas, quando lancei os fundamentos da terra? Diz-mo, se a tua inteligência dá para tanto. Sabes quem determinou as suas dimensões? Quem estendeu a régua sobre ela? Sabes em que repousam as suas bases, ou quem colocou nela a pedra angular, entre as aclamações dos astros da manhã e o aplauso de todos os filhos de Deus…”). Job sente-se incapaz de compreender Deus e por isso aceita a impossibilidade de obter resposta às suas perguntas e apercebe-se de que não pode tentar compreender Deus para seu próprio proveito. (Job 40, 1-5 “O Senhor dirigiu-Se a Job e disse-lhe: Aquele que criticava o Todo-Poderoso quererá discutir? O que fazia correcções a Deus que responda a isto! – E Job respondeu ao Senhor, dizendo: Falei levianamente. Que poderei responder-Te? Ponho a minha mão sobre a boca; falei uma vez, oxalá não tivesse falado; não vou falar duas vezes, nem acrescentarei mais nada. ”). Deus insiste nas suas perguntas (Job 40,6… “Então o Senhor respondeu a Job do seio da tempestade, e disse: Cinge os teus rins como um homem; vou interrogar-te e tu responderás. Queres reduzir a nada a Minha justiça? Queres condenar-Me para te justificares? Tens um braço forte como o braço de Deus e uma voz atroadora como a D’Ele?...”). Job termina confessando: “Sei que podes tudo e que nada Te é impossível. Quem é que obscurece assim o desígnio divino, com palavras sem sentido? De facto, eu falei de coisas que não entendia, das maravilhas que superavam o meu saber. Eu dizia: Escuta-me, deixa-me falar! Vou interrogar-Te e Tu me responderás. Com os meus ouvidos tinham ouvido falar de Ti, mas agora vêem-me os teus próprios olhos. Por isso, retrato-me e faço penitência, cobrindo-me de pó e de cinza.”(Job 42, 2-6). Job tinha apenas um conhecimento teórico de Deus, que havia herdado de seus pais. Agora encontrou-se pessoalmente com Deus e descobriu que a única coisa que dá sentido à vida é a experiencia de Deus, mesmo que tudo o resto fique sem resposta. Qohélet vive também a experiencia da inconsistência da vida. Não só o preocupa a morte do justo, mas também a morte em si mesma: (Ecl 1,1-11)“ Palavras de Qohélet, filho de David rei de Jerusalém. Ilusão das ilusões – Qohélet- ilusão das ilusões: tudo é ilusão. Que proveito pode tirar o homem de todo o esforço que faz debaixo do sol? Uma geração passa, outra vem; e a terra permanece sempre. O sol nasce e o sol põe-se, e visa o ponto donde volta a despontar. O vento vai em direcção ao sul, depois ruma ao norte; e gira, torna a girar e passa, e recomeça as suas idas e vindas. Todos os rios correm para o mar e o mar não se enche. Para onde sempre correram, continuam a correr os rios. Todas as palavras são gastas, o homem não conseguem dizê-las. A vista não se sacia com o que vê, nem o ouvido se contenta com o que ouve. Aquilo que foi é aquilo que será; aquilo que foi feito, há-de voltar a fazer-se: E nada há de novo debaixo do sol! Se alguma coisa alguém diz: Eis aí algo de novo!, ela já existia nas eras que nos precederam. Não há memória das coisas antigas; e também, não haverá memória do que há-de suceder depois; nem ficará disso memória entre aqueles que hão-de vir mais tarde.” A conquista do dinheiro, do poder, da fama, do prazer, da sabedoria…apresentam-se sem sentido diante da morte: (Ecl 3,20)”Todos vão para um mesmo lugar. Todos saíram do pó e ao pó hão-de voltar todos”. A morte une a todos no pó, em nada, “Os que estão vivos sabem que hão-de morrer, mas os mortos não sabem nada, nem para eles há ainda retribuição, pois a sua lembrança foi esquecida.”(Ecl 9,5). Para um homem de fé, só lhe resta guardar os Mandamentos de Deus, mesmo que não saiba porquê nem para quê: (Ecl 12,12-13 “ De resto meu filho, fica prevenido: pode-se multiplicar os livros indefinidamente, mas o muito estudo é uma fadiga para o homem. O resumo do discurso, de tudo o que se ouviu, é este: teme a Deus e guarda os seus preceitos, porque este é o dever de todo o homem”). A reflexão sapiencial, solucionará estes problemas numa tripla direcção: - Ele aprofunda o significado da experiencia de Deus, do seu amor. Isso é mais importante que o dinheiro, que o prazer, que a vida em si mesma. Pois o amor de Deus é a única coisa realmente importante. O Salmo 73, narra a história de um justo que, cansado da sua própria dor: “De nada me serve ter um coração puro e conservar inocentes as minhas mãos! Sou posto à prova a toda a hora; todas as manhãs sou castigado”(13-14). Chegou a invejar o triunfo dos fraudulentos: “Ai de mim! Os meus pés estavam quase a resvalar, por um triz não escorreguei, ao sentir inveja dos ímpios, ao ver a prosperidade dos maus.Para eles não há aflições mortais, os seus corpos são robustos e sadios. Não sofrem as contrariedades da vida, nem são atormentados como os outros homens.”(2-5). Até que aprofundou a intimidade divina: “Só quando entrei no santuário de Deus, compreendi o fim que os espera”(17). E entendeu que a posse de Deus é mais importante, sem comparação, que todos os bens da terra, mesmo que permaneça incompreensível: “Quem mais tenho eu no céu? Na terra só desejo estar contigo. Ainda que o meu corpo e o meu coração desfaleçam, Deus será sempre o meu refúgio e a minha herança. Hão-de perder-se os que se afastam de Ti; Tu exterminas os que Te renegam. Para mim, a felicidade é estar perto de Deus. Em Ti, Senhor Deus, pus a minha confiança, para proclamar todas as Tuas obras.” (25-28) - Clarifica-se o tema da absoluta transcendência e incompreensibilidade do Mistério de Deus. Ficamos oprimidos e não podemos acercar-nos D’Ele a partir das nossas capacidades racionais, mas simplesmente as podemos aceitar, respeitando o Seu Mistério. O nosso conhecimento é imperfeito, mas Ele comunica ao homem a Sua sabedoria, para que o possa conhecer. A Palavra de Deus criadora (Gn 1,3; Sl 33, 6; Is 10-11 “Deus disse: Faça-se a luz. E a luz foi feita”; “A Palavra do Senhor criou os céus, e o sopro da Sua boca, todos os astros”; “ As estrelas do céu e as suas constelações deixarão de brilhar; o Sol há-de obscurecer-se desde o seu nascer, a Lua não irradiará a sua luz. Castigarei o mundo pelos seus crimes, e os pecadores, pelas suas iniquidades; porei fim à insolência dos soberbos e humilharei a arrogância dos opressores”) e a Lei de Deus (Sl 118) são um reflexo desta Sabedoria divina, que se dá ao homem para a sua felicidade. Esta sabedoria apresenta-se com rasgos pessoais (Prov 8, 22-31 “O Senhor criou-me (à Sabedoria) como permícias das suas obras, desde o principio, antes que criasse coisa alguma. Desde a eternidade fui formada, desde as origens, antes dos primórdios da terra. Ainda não havia os abismos e eu já tinha sido concebida…Quando fixava ao mar os seus limites, para que as águas não ultrapassassem os fundamentos da terra, eu estava com Ele como arquitecto, e era o seu encanto todos os dias, brincando continuamente em sua presença; brincava sobre a superfície da terra, e as minhas delícias é estar junto dos seres humanos”), com as mesmas características de Deus (Sab.7,22-27 “Deus dos nossos pais e Senhor de misericórdia, que tudo criaste pela tua Palavra, que formaste o homem pela tua sabedoria, a fim de que dominasse sobre todas as criaturas que chamaste à existência, governasse o mundo com santidade e justiça e exercesse o julgamento com rectidão de espírito…Contigo está a sabedoria que conhecesse as tuas obras, que estava presente quando fazias o mundo…Envia-a pois dos teu santo céu, digna-Te enviá-la do trono da Tua Glória, para que assista aos meus trabalhos…Assim as minhas obras Te serão agradáveis, governarei o Teu povo com justiça e serei digno do trono de meu pai…Assim se endireitaram as veredas dos que vivem na terra, os homens aprenderam o que é do teu agrado e pela sabedoria se salvaram”), intermediária na Criação, na revelação e no Dom do Espírito. Esta Sabedoria ajuda-nos a conhecer o Mistério de Deus, que - ao mesmo tempo- permanece incompreensível (Job 42, 1-6 “Job respondeu ao Senhor: Sei que podes tudo e que nada Te é impossível. Quem é que obscurece assim o desígnio divino, com palavras sem sentido? De facto, eu falei de coisas que não entendia, de maravilhas que superavam o meu saber. Eu dizia: Escuta-me, deixa-me falar! Vou interrogar-Te e Tu me responderás. Com os meus ouvidos tinham ouvido falar de Ti, mas agora vêem-me os teus próprios olhos. Por isso, retrato-me e faço penitência, cobrindo-me de pó e de cinza”). O que vemos é apenas um vislumbre da obra de Deus que sempre está mais além que as Sua obras. - Afirma-se a fé na Ressurreição. Se o amor de Deus é desde sempre, há-de ser para sempre (2 Mac 7,9 ”Prestes a dar o ultimo suspiro, disse: Ó malvado, tu arrebatas-nos a vida presente, mas o rei do universo há-de ressuscitar-nos para a vida eterna, se morrermos fiéis às suas leis.”). A partir daqui, há uma forma de literatura apocalíptica, que apresenta Deus como o Senhor da história. Apesar de todas as aparências, é Ele o Senhor do Universo e da história, na qual tem as Sua mãos, mesmo que de uma maneira misteriosa, sendo fiel ao Seu projecto e garantindo o objectivo final: a chegada do Reino de Deus, a Salvação definitiva e eterna, para que fomos criados. Este Reino de Deus não tem só uma dimensão histórica, mas também aponta para uma direcção para além dela. 10 Aprofundamento Pós-exílio. O Deus da Vida, o Servo Sofredor, a Sabedoria da Morte, Metáforas Jurídicas, literatura Apocaliptica Jeremias e Job, permitiram-nos descobrir a presença de Deus, mesmo no sofrimento e na morte: Um Deus incompreensível, que ultrapassa todos os nossos cálculos. A interrogação sobre o sofrimento e sobre o mal, abre-se posteriormente a uma visão de bem e de vida. O Deus da Vida (Gn 1): A primeira página da Bíblia escreveu-se em plena crise do Exílio. Não é o relato mais antigo da Criação, já que o capítulo segundo do Génesis é anterior (e mais primitivo na linguagem e nas imagens). O capítulo primeiro do Génesis é uma grande celebração de Deus como Origem da criação e da vida. O Exílio foi atravessado por um grande sofrimento, uma grande crise, mas cresceu-se na fé, que levaram a que se escrevessem textos como este. Ali (no exilio), onde Israel não possuía nada (perdeu a terra, a cidada santa, o templo, o rei, as promessas…), descobriu em Deus a origem da vida, de tudo o que foi criado, das bênçãos. Gn 1, é um cântico de fé de um povo que descobre uma promessa anterior à sua constituição como povo, anterior a David, a Moisés a Abraão. A minha própria existência, é precedida pela existência da vida, dos seres e corresponde a um projecto de benção de Deus. É verdade que em momentos de sofrimento incompreensível, é difícil não nos deixarmos levar pelo desânimo. Mas para além das circunstâncias concretas que nos calham viver, necessitamos de descobrir que a nossa origem e o nosso destino último coincidem. Viemos do amor de Deus e caminhamos em direcção ao encontro com este Amor. Jeremias escutou: “antes de te formar no ventre de tua mãe, Eu já te conhecia”. Esse “antes“do conhecimento de Deus, é a garantia de um “depois”. O saber-se desejado desde sempre, o corresponder a um projecto de Deus, converte-se numa garantia de vida para sempre, em promessa de amor para além do nascer e do morrer. Há um dom da vida que precede o nascimento e que não pode terminar com a morte. Em Gn 1 o discurso é celebrativo. Abre-se a dimensões universais. O Deus de Israel é o Deus de toda a Criação, que tudo fez bem feito. O Servo de YHWH (Is 42, 1ss;49, 1ss; 50, 4ss; 52, 13ss): Texto do livro da consolação (Deutero Isaías). O Primeiro Isaías (1-39) é anterior ao desterro e anuncia o desastre se o povo não se converter. O Segundo Isaías (40-55) é da época do desterro, e tenta consolar com palavras de esperança, a quantos se encontram longe da pátria. O Terceiro Isaías (56-66) situa-se depois do regresso à Terra Prometida e denuncia que a experiencia do exílio, parece não ter ensinado nada aos que sobreviveram (continuam a pecar). A partir da dolorosa experiencia do Exílio, surgem os cânticos do Servo de YHWH, que encontramos no livro de Isaías. Em princípio, parece que se referem ao mesmo povo no desterro, personificado neste servo misterioso que com o seu sofrimento, está cumprindo a Vontade de Deus e está colaborando com Ele num projecto de salvação para todos os povos. Porém terminam, referindo-se a um personagem futuro que receberá uma missão profética universal. Como o novo Êxodo (o retorno do Exílio) e a Nova Aliança (o futuro Dom do Espírito) serão superiores às origens, este Servo/Profeta final e definitivo será superior a todos os anteriores. Este personagem assumirá voluntariamente um serviço de obediência ao plano de YHWH para (através do sofrimento total e da própria morte, pagando as consequências do pecado de Israel e da Humanidade, carregando sobre as suas costas com as nossas faltas, as nossas dores e a nossa morte), chegar a estabelecer uma relação plena e duradoura de todos com Deus. Este mistério apenas se clarificará com a vinda de Jesus Cristo, especialmente com a Sua Paixão, Morte e Ressurreição. O Cântico da sabedoria de Job 28: O homem abre minas na profundidade da terra em busca de tesouros, mas a Sabedoria é muito mais valiosa que as pedras preciosas. Ninguém sabe onde está, nem se pode comprar com riquezas, porque é um Dom de Deus. Está oculta aos olhos dos vivos, porém a morte já ouviu falar dela. Há algo do conhecimento da sabedoria que pertence à morte. A morte permite-nos uma nova relação com a vida e com Deus, sem enganos. A morte revela-nos a nossa verdade mais profunda, e descobre a falácia dos nossos orgulhos. Toda a ilusão de omnipotência desmorona-se frente à morte. Quando o homem admite a sua limitação e aceita que não é Deus nem O compreende, começa a ser sábio. Entretanto na morte pode encontrar-se a Sabedoria e a vida que vem, de Deus. Metáforas Jurídicas: Na nossa experiencia do dia-a-dia, percebemos uma relação alterada, pervertida, injusta, dos homens entre si e dos homens com Deus. Como pode restabelecer-se a justiça depois do pecado? – Em Israel há duas figuras jurídicas do juízo. Uma parecida à nossa, e outra tipicamente bíblica, que nos ajuda a compreender numerosos textos da Escritura. O juízo (mishpat) Supõe um juiz, um acusador e um acusado. O juiz dita sempre a sentença de condenação contra o que ofende ou contra aquele que se diz ofendido (se acusa em falso). Procura-se o ressarciamento e o castigo do culpado mediante a lei de Talião (olho por olho, dente por dente). O encontro judicial A justiça de Deus, procura a salvação do culpado. O ofendido tenta que quem o ofendeu, tome consciência do seu pecado, para que possa ser perdoado, por meio de uma série de perguntas. O ofendido procura o bem de quem o ofendeu, a libertação do seu pecado. Se o acusado compreende a loucura do seu proceder, e reconhece que causa dano ao seu irmão ou a si mesmo, será salvo. Exemplo: David frente a Saúl (1 Sm 24 “”): David corta um bocado do manto do rei, que o persegue para lhe dar a morte, quando podia vingar-se e acusa Saúl através de algumas perguntas. O rei toma consciência da sua falta e pede perdão, tornando possível o restabelecimento da comunhão entre ambos. A justiça do tribunal é parcial, imperfeita. A verdadeira justiça (a que vem de Deus)não procura a vingança do ofendido, mas a salvação daquele que ofende. Normalmente, quando Deus intervém na Bíblia chamando ao homem a juízo, fá-lo como parte ofendida e não como juiz. Acusa, para que o pecador tome consciência das suas faltas e confessando-as, possa receber o perdão, a reconciliação, a salvação. Pensemos nas perguntas de Deus a Adão: “Acaso comeste da árvore?”, ou a Caim: “Onde está o teu irmão?”, ou ao povo: “porque repete a tua boca as palavras da Aliança, se no teu coração tramas a mentira?”. Essas perguntas não procuram uma resposta que Deus desconheça, mas tentam que o culpado tome consciência da sua falta e se arrependa. Vejamos alguns exemplos: “Ouvi, ó céus, e escuta ó terra, porque é o Senhor quem te fala: criei filhos e fi-los crescer, mas eles revoltaram-se contra Mim...Estou farto de holocaustos de carneiros, de gordura de bezerros. Não Me agrada o sangue de vitelos, de cordeiros nem de bodes…Não Me ofereçais mais dons inúteis: o incenso é-Me abominável; as celebrações lunares, os sábados, as reuniões de culto… Abomino as vossas celebrações lunares, e as vossas festas; estou cansado delas, não as suporto mais…Lavai-vos purificai-vos, tirai da frente dos Meus olhos a malícia das vossas acções. Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem;…Vinde agora, entendamo-nos- diz o Senhor. Mesmo que os vossos pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão brancos como a neve. Mesmo que sejam vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã. Se fordes dóceis e obedientes, comereis os bens da terra; se recusardes, se vos revoltardes, sereis devorados pela espada. É o Senhor Quem o declara….Sião será redimida pela rectidão, e os seus exilados, resgatados pela justiça. Mas os malvados e os pecadores serão destruídos, todos juntos, e os que abandonam o Senhor, perecerão…” (Is.1,2 ss). Deus apresenta-Se como um Pai ofendido. Em Is 1,9 podemos ler: “Se o Senhor do universo não nos tivesse conservado um pequeno resto, teríamos sido como Sodoma e Gomorra”. Deveríamos ter sido destruídos totalmente (é isso que a Lei determina para os filhos rebeldes: Dt 21,18-21), mas Deus manifestou-Se como um Pai paciente, corrigindo-nos e dando-nos uma nova oportunidade. Em Dt 32,1-43: os filhos desobedientes não apreciam os dons de seu Pai e vão atrás de outros deuses. Deus castiga-os para que se capacitem do seu pecado e permite que os seus inimigos lhe façam mal, mas acaba por Se compadecer deles e castiga os seus inimigos. *“Um filho honra o pai; um servo teme o seu senhor. E se Eu sou Pai, onde está a honra que me é devida? Se Eu sou Senhor, onde está o respeito por mim? Isto diz o Senhor do universo a vós, sacerdotes, que desprezais o Meu nome. Mas vós perguntais: Em que é que desprezámos o Teu nome?”(Mal 1,6). Deus apresenta-Se como Pai não respeitado e quer que os seus filhos tomem consciência do seu erro. * Os primeiros capítulos de Jeremias são uma composição penitencial: Deus, Pai e Esposo, denuncia o pecado ( Jer 2,27- “Eles dizem a um lenho: Meu pai és tu, e a uma pedra: tu me geraste. Voltaram-Me as costas e não a face. Mas no tempo da angústia, dizem: Levanta-Te e salva-nos”). Deus Pai quer perdoar (Jer 3,14.19 “Voltai, filhos rebeldes porque Eu sou vosso dono – oráculo do Senhor. Tomar-vos-ei um de uma cidade, e dois de uma família e hei-de reconduzi-vos a Sião…”). O povo escuta e volta a Deus (Jer 3,22-25 “Convertei-vos, filhos rebeldes, e Eu vos curarei da vossa rebeldia Eis-nos voltamos para Ti, pois Tu és o Senhor, nosso Deus. Na verdade, são mentira os lugares altos, o clamor dos montes. Só no Senhor, nosso Deus, está a salvação de Israel. A ignominia devora, desde a nossa juventude, o fruto do trabalho dos nossos pais: os seus gados e rebanhos, os seus filhos e as suas filhas. Dormiremos na nossa vergonha e a nossa ignominia nos cobrirá, porque pecámos contra o Senhor, nosso Deus, nós e os nossos pais, desde a nossa juventude até hoje e não demos ouvidos à voz do Senhor, nosso Deus”). Que acolhe e perdoa (Jer 4,1-4 “Se te queres converter, Israel volta para mim; oráculo do Senhor. Se afastares da minha face as tuas abominações, não andarás errante. Então jurarás pela vida do Senhor, se andares na verdade, no direito e na justiça; em ti serão abençoadas as nações e em ti se gloriarão. Pois, assim fala o Senhor aos habitantes de Judá e Jerusalém: cultivai o vosso campo e não semeeis entre espinhos. Circundai-vos para o Senhor, cortai a maldade dos vossos corações, homens e Judá e habitantes de Jerusalém, para que não se converta em fogo a minha cólera e arda e não haja quem o apague, por causa da perversidade das vossas obras”). *Isaías 63,7-64,11: Processo penitencial. Confessam-se os benefícios de Deus, o próprio pecado e apela-se ao amor de Deus “Vou recordar as misericórdias do Senhor, os seus feitos gloriosos, tudo quanto fez por nós o Senhor, toda a sua bondade para com o povo de Israel, tudo o que fez por eles na sua benignidade, e com a sua imensa bondade”(Is 63,7);”Diante de tudo isto, Senhor, podes ficar insensível? Vais permanecer calado para nos humilhares ainda mais?(Is 64,11)”. Invoca-se a Deus como redentor e restaurador. (Is 63, 15; 64, 7-8 “Lá do alto dos céus, repara e contempla a tua santa e gloriosa morada. Onde estão o teu zelo e a tua valentia? Onde está a emoção das tuas entranhas? Já se esgotaram as tuas ternuras comigo?; Mas Tu Senhor, é que és o nosso pai. Nós somos argila e Tu és o oleiro. Todos nós fomos modelados pelas tuas mãos. Ó Senhor, não te irrites em demasia, nem te lembres para sempre da nossa iniquidade: olha que todos nós somos o teu povo”). * O Salmo 50 é uma acta de acusação: “Ao pecador Deus declara: Porque andas sempre a falar da minha lei e trazes na boca a minha aliança, tu que detestas os meus ensinamentos e rejeitas as minhas palavras?”. O Salmo 51 é a resposta do pecador que tomou consciência do seu pecado e pede perdão: “Tem compaixão de mim, ó Deus, pela Tua bondade; pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado. Lava-me de toda a iniquidade; purifica-me dos meus delitos. Reconheço as minhas culpas e tenho sempre diante de mim os meus pecados”. A consequência é a reconciliação e o restabelecimento de relações amistosas: “Abre Senhor os meus lábios, para que a minha boca possa anunciar o teu louvor. Não te comprazes com sacrifícios nem Te agrada qualquer holocausto que eu Te ofereça. O sacrifício agradável a Deus é o espírito contrito; ó Deus, não desprezes um coração contrito e arrependido. Pela Tua bondade, trata bem Sião; reconstrói os muros de Jerusalém. Então aceitarás com agrado os sacrifícios devidos, os holocaustos e as ofertas; então serão oferecidos novilhos no teu altar.” * Belos exemplos de perdão paterno: Oseias 11, 8-9 “Como poderia abandonar-te, ó Efraim? Entregar-te ó Israel? Como poderia Eu abandonar-te, como Adma, ou tratar-te como Seboim? O meu coração dá voltas dentro de Mim, comovem-se as minhas entranhas. Não desafogarei o furor da minha cólera, não voltarei a destruir Efraim; porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti, e não me deixo levar pela ira”; Jeremias 31, 18-20 “Sim, oiço os gemidos de Efraim: tu corrigiste-me e eu aceitei a correcção, como um novilho indomável. Converte-me e eu deixar-me-ei converter, porque Tu és o Senhor, meu Deus. Porque me afastei, depois arrependi-me, e ao compreender castiguei o meu corpo. Sinto-me envergonhado e confundido, pois carrego o opróbrio da minha juventude. Sim, Efraim é o meu filho querido, o meu menino muito amado. Quanto mais o repreendo, mais me recordo dele. Por isso, as minhas entranhas se comovem e Eu terei compaixão dele - oráculo do Senhor. ”; Salmo 103 “Bendiz, ó minha alma o Senhor, e todo o meu ser louve o seu nome santo…É ele quem perdoa as tuas culpas e cura todas as tuas enfermidades…É Ele quem cumula de bens a tua existência e te rejuvenesce como a águia. O Senhor defende, com justiça, o direito de todos os oprimidos. Revelou os seus caminhos a Moisés e as suas maravilhas aos filhos de Israel. O Senhor é misericordioso e compassivo, é paciente e cheio de amor…” O processo continua pela mesma ordem: Acusação Arrependimento (metanoia) Conversão Perdão Judas arrepende-se, mas não se converte, porque não deixa lugar para a reconciliação. Pedro arrepende-se e converte-se, porque deixa que aconteça a reconciliação. O arrependimento deve levar à mudança, ao desejo de melhorar…de voltar para Deus. Literatura Apocalíptica: Esta escrita desenvolve-se principalmente entre os séculos II a. C e o II d.C. Uma vez que se estabeleceu que HYWH é o Único Criador de tudo e que tem poder para actuar em todos os tempos e em todos os lugares, começa-se a interpretar a história como a realização no tempo, de um misterioso projecto de Deus, que se inicia com a Criação e se vai continuando com as distintas intervenções de Deus e que corresponde a um plano bem organizado (a que os Padres da Igreja chamaram: Economia da Salvação) e que chegará à plenitude no momento que Deus tem preparado desde sempre. Em momentos de perseguição e desilusão, a esperança do povo é direcionada para o estabelecimento definitivo do Reino de Deus, que não tem apenas uma dimensão histórica, mas que se realizará na plenitude dos tempos, que estão para chegar. 11. Síntese da Revelação de Deus no Antigo Testamento Como temos constatado, a Bíblia não se esforça em demonstrar a existência de Deus nem em defini-la. Para Israel, Deus é um facto evidente. Não Se especula sobre Ele, mas narram-se as suas intervenções na história do Povo que, de maneira lenta e progressiva, vai mergulhando no Seu mistério. Deus revelou-Se nos acontecimentos; por isso, a Bíblia é antes de mais…”história de salvação”. Os nomes com que a Escritura fala de Deus, mais do que descobrir a Sua natureza, reflectem a Sua maneira de actuar. Em concreto Eloim (o plural de El) indica o poder absoluto de Deus frente aos variados falsos deuses, que são apenas aparência, e YHWH serve para apresentar a Deus como origem de toda a existência - O que dá a vida. Os descendentes de Abraão, começaram por dar um culto preferencial ao Deus que Se revelou a seu pai. Posteriormente deram-Lhe Culto exclusivo (como Único Deus Verdadeiro), para acabar definitivamente como o monoteísmo. Os deuses dos outros povos e as suas representações escultóricas são invenções dos homens, impotentes e ineficazes, enquanto que YHWH está muito para além do que conhecemos e podemos pensar, por isso se proíbe toda a imagem com que O queiram representar, e inclusive, o uso do Seu Nome em vão (Ex. 20, 4-7 “Não farás para ti imagem esculpida nem representação alguma do que está em cima, nos céus, do que está em baixo na terra, e do que está debaixo da terra, nas águas. Não te prostrarás diante dessas coisas e não as servirás, porque Eu o Senhor, teu Deus, sou um Deus zeloso, que castiga o pecado dos pais nos filhos até à terceira e à quarta geração, para aqueles que Me odeiam, mas que trato com bondade até à milésima geração aqueles que amam e guardam os meus mandamentos. Não usarás o Nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não deixa impune aquele que usa o Seu Nome em vão ”). Não se pode ver a Deus e continuar vivo (Ex.19, 12 ss“ Põe limites ao redor do povo, dizendo: Guardai-vos de subir à montanha e de tocar os seus limites. Todo aquele que tocar a montanha morrerá. Ninguém tocará nela, pois será apedrejado ou atravessado de flechas: seja animal ou seja homem, não viverá…”). Deus é totalmente Transcendente e habita uma região pura, incontaminada, onde não pode chegar nada de profano ou de impuro (Is 6 “…vi o Senhor sentado num trono alto e elevado; as franjas do Seu manto enchiam o templo. Os Serafins…clamavam uns para os outros: Santo, Santo, Santo, o Senhor do universo, toda a terra está cheia da Sua glória…”). Iclusive, o símbolo da presença de Deus no Templo, é um espaço vazio, no Santo dos Santos. No entanto, por pura misericórdia Sua, sai ao encontro de algumas pessoas, para fazer com elas uma Aliança, que se irá espalhando, até se converter em Benção para todos os povos (Gn 12, 1-3º “Senhor disse a Abraão: Deixa a tua terra, a tua família e a casa do teu pai, e vai para a terra que Eu te indicar, farei de ti um grande povo, abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e serás uma fonte de bênçãos. Abençoarei aqueles que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem. E todas as famílias da Terra serão em ti abençoadas”). Fala com os homens e envia-lhes os Seus mensageiros, para que conheçam a Sua vontade, revela o Seu amor e a Sua ternura àqueles que Lhe são fiéis, assim como a Sua justiça, que exige dos seres humanos um comportamento ético. Todas as suas obras anteriores eram apenas preparação, eram a antecipação da Sua intervenção definitiva, que culminará no triunfo sobre todos os seus inimigos e na instauração do Seu Reino por meio do Messias. Fala-se assim da Nova Jerusalém, do Novo David, da Nova Aliança, dos Novos Céus e da Nova Terra, da Nova Criação… que serão acompanhadas da Revelação perfeita de Deus e o estabelecimento de relações de intimidade com os homens (Ez 36, 24 ss “Eu vos retirarei de entre as nações, recolher-vos-ei de todos os países e vos conduzirei à vossa terra. Derramarei sobre vós uma água pura e sereis purificados; Eu vos purificarei de todas as manchas e de todos os pecados. Dar-vos-ei um coração novo e introduzirei em vós um espírito novo: arrancarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Dentro de vós porei o meu espírito, fazendo com que sigais as minhas leis e obedeçais e pratiqueis os meus preceitos…Então, reconhecerão os povos que estão à vossa volta, que Eu, o Senhor, reconstruí o que estava em ruina e plantei o que estava devastado, Eu o Senhor, disse e farei…”). Este é o Deus em que crê Jesus e D’Ele nos falará, segundo a Sua própria Palavra. 12.Jesus, o Filho de Deus: Ao longo do Antigo Testamento, deparamo-nos com muitas pessoas que se sentem chamadas e enviadas por Deus para realizar uma missão: ”O Senhor disse:Eu vi a opressão do Meu povo que está no Egipto, e ouvi o clamor distante dos seus inspectores: conheço na verdade os seus sofrimentos. Desci a fim de o libertar da mão dos egipcios e de o fazer subir desta terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra onde mana leite e mel…E agora vai; Eu te envio ao faraó, e faz sair do Egipto o meu povo, os filhos de Israel” (Ex 3,7-10); “A palavra do Senhor foi-me ditrigida nestes termos: Vai e grita aos ouvidos de Jerusalém, dizendo: Assim fala o Senhor: Recordo-Me da tua fidelidade no tempo da tua juventude, dos amores do tempo do teu noivado, quando Me seguias no deserto, na terra em que não se semeia. Israel era então, propriedade do Senhor, primícias da Sua colheita…” (Jer 1,7); “Disse-lhe: filho do homem, põe-te de pé que vou falar-te…” (Ez 2,1); “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu: enviou-me para levar a boa nova aos que sofrem, para curar os desesperados, para anunciar a libertação aos cativos…” (Is 61,1); João (o Baptista), o último dos Profetas, também recebe uma vocação semelhante: “Houve um homem enviado por Deus, chamado João…”(Jo 1, 6-7). No Novo Testamento afirma-se que todos estes mensageiros foram chamados e enviados por Deus: “Muitas vezes de de muitos modos, falou Deus aos nossos pais pelos Profetas…”(Hb 1,1), mas acrescenta como conclusão, remate e aperfeiçoamento dos que antes haviam sido enviados, enviou o Seu Próprio Filho: “Nestes dias que são os últimos, Deus falou-nos pelo Seu Próprio Filho, …resplendor da Sua glória e Imagem perfeita do Seu Ser” (Hb 1,2 s). E o mesmo acontece na parábola dos vinhateiros homicidas: “Enviou um criado que foi maltratado…enviou um segundo e agrediram-no …enviou muitos outros que foram mortos…finalmente enviou-lhes o Seu Filho…” (Mc 12,2-6). São Paulo também o afirma com redundância: “Ao chegar à plenitude dos tempos, enviou Deus ao Seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei, para nos resgatar…afim de recebermos a adopção filial…”( Gl 4,4 s). Se quisermos entender em profundidade, toda a vida de Jesus tem de ser interpretada como um envio, como uma missão: “Eu não vim por Mim mesmo; há Outro, Verdadeiro, que Me enviou e que vós não conheceis. Eu é que O conheço, porque procedo D’Ele e foi Ele que Me enviou”(Jo 7,28). Por isso não fala a em Seu nome, mas sim em nome de Seu Pai: “Porque Eu não falei por Mim mesmo, mas o Pai, que Me enviou, é que Me encarregou do que devo dizer e anunciar” (Jo 12,49). Ao terminar a Sua vida terrena, Ele mesmo envia a Sua Igreja: “Como o Pai Me enviou, assim Eu vos envio a vós” (Jo 20,21). Jesus toma consciência da Sua identidade e da Sua missão de uma maneira progressiva. Verdadeiramente “ cresceu em idade e em Sabedoria e graça”. Aos doze anos manifesta a sua maturidade e a consciência que vai tomando, no episódio da sua perda no Templo (Lc 2, 41-52). Maria fala de “teu pai e eu” e Jesus explica que a sua orientação se dirige a outro Pai: Deus. Jesus fala da Sua autêntica filiação, começa a desvelar-nos um mistério oculto. Continuará a viver submisso na sua vida doméstica em nazaré, mas a sua missão depende totalmente do Seu Pai do Céu. Maria e José ficam admirados com um mistério que os ultrapassa, mas Maria “conserva-o no seu coração”. Na sua progressiva tomadsa de consciência, Jesus auto-compreende como Filho e sabe-Se enviado. A Sua missão é anunciar a Deus, que O enviou e voltar para Deus, levando Consigo os homens, seus irmãos: “Saí do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai” (Jo 16,28). A maneira tão livre e peculiar que tem de Se comportar perante a Lei, o Templo e o seu enquandramento social…corresponde à Sua experiencia de Deus. Jesus não o define, mas vive uma relação especial com Ele (de filiação). Na sua oração sempre se dirige a Deus como Pai (130 vezes O chama assim nos seus evangelhos). Relaciona-Se com Deus como uma criança com o seu pai, cheio de confiança, e ao mesmo tempo sempre disposto à obediência. “Abba”, para Jesus, mais que um título, é uma experiencia. Não manifesta apenas uma concepção de Deus; mas também de Si mesmo, como Filho. Jesus compreende-Se a Si mesmo,em total dependência de Deus e como total abertura a Deus: “O Meu alimento é fazer a vontade do Pai” (Jo 4,34). Todos os enviados de Deus anunciavam a mensagem que haviam recebido, davam testemunho do que haviam “ouvido”, porém o testemunho do Filho é mais perfeito, porque Ele, para além de mais, anuncia o que “viu” desde o princípio: “A Deus, jamais alguém O viu, o Filho que está junto D’Ele é que no-Lo deu a conhecer…as obras que ouvís não são Minhas, mas sim do Pai que Me enviou…o Espírito Santo que o Pai vos enviará em Meu nome, fará que vos recordeis de tudo…Dei-vos a conhecer tudo o que ouvi a Meu Pai” (Jo 1, 18; 14,24.26; 15,15). Para conhecermos Deus, o Seu actuar, o Seu Coração, é necessário conhecermos a Jesus Cristo, porque “Perguntaram-Lhe então: onde está o Teu Pai? – Jesus respondeu:Não Me conheceis a Mim nem a Meu Pai. Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o Meu Pai”(Jo 10,30). Porém Jesus não é apenas O revelador. Ele trás-nos os ensinamentos do Pai e é ao mesmo tempo o Único Caminho que nos leva ao Pai: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai senão por Mim”(Jo 14,1-6). Só através de Jesus temos acesso ao mistério íntimo de Deus, e o que é mais importante, à comunhão de vida com Ele: “Eu dei-lhes a conhecer Quem Tu és e continuarei a dar-Te a conhecer, a fim de que o amor que me tiveste esteja neles e Eu esteja neles também”(Jo 17,26). 13.Jesus, Fonte do Espírito Santo Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo, de que está cheio desde o princípio: porém antes do Seu baptismo não aparece nos Evangelhos, actuando com o poder do Espírito, nem muito menos comunicando-O. Por ocasião do baptismo, há uma nova efusão do Espírito em Jesus, uma consagração como Messias, uma tomada definitiva de consciência da Sua missão e o início da Sua actividade pública, em que actua com o poder do Espírito Santo. Jesus participa no rito penitencial do baptismo e, enquanto está em oração, abrem-se os céus, descendo o Espírito sobre Ele e ouve-se a Voz do Pai: “Tu és Meu Filho:Em Ti pus todo o Meu agrado” (Lc 3,22). Aqui manifesta-Se o mais profundo Mistério Trinitário. Como insistem em repetir os Padres da Igreja, o Pai revela-Se como O que consagra, O que unge, O que envia, O que ama; Jesus como O consagrado, O ungido, O enviado, O amado, O Espírito como a consagração, a unção, O envio, O amor. Jesus toma consciência da Sua vocação, da Sua missão: Ele é o Messias – Servo de YHWH, e enviado do Pai, com a Força do Espírito, para restabelecer o Reinado de Deus. O Baptista dá testemunho de que o Espírito desceu sobre Jesus no Baptismo “e permaneceu sobre Ele” (Jo 1,32). Este mesmo Espírito que consagra a Jesus, “O leva ao deserto” (Mt 4,1), e depois O devolve à Galileia (Lc 4,14)”Impelido pelo Espírito, Jesus voltou para a Galileia e a Sua fama propagou-Se por toda a região”. A patir deste momento, vemos Jesus a exultar no Espírito “Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse:Eu Te bendigo ó Pai, Senhor do Céu e da terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos” (Lc 10,21), falar com autoridade, actuar com poder, expulsar os demónios, com o dedo de Deus “Mas, se é pelo Espírito de Deus que Eu expulso os demónios, então chegou até vós o Reino de Deus” (Mt 12,28). O Espírito Santo, então, desce e permanece sobre Jesus, que a partir desse momento actuará com a Sua Força. Jesus está tão consciente de que o Espírito de Deus actua N’Ele, que fala de que uma blasfémia contra o Espírito não pode ser perdoada, referindo-Se aos que afirmavam que Ele realizava as Suas obras com o poder de Belzebu e não com o Poder do Espírito. (Mc 3,28-30). Jesus possui o Espírito em plenitude, por isso O promete e O envia aos seus fiéis: “Contudo digo-vos a verdade: é melhor para vós que Eu vá, pois, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se Eu for, Eu vo-Lo enviarei”(Jo 16,7). S.João relata-nos como “No último dia, o mais solene da festa, Jesus de pé bradou: Se alguém tem sede venha a Mim, e quem crê em Mim que sacie a sua sede! Como diz a Escritura, hão-de correr do seu coração rios de água viva. Ora Ele disse isto, referindo-Se ao Espírito que iam receber os que crescem N’Ele; com efeito, ainda não tinham o Espírito, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado”(Jo 7, 37-39). A Festa das Tendas recordava a fonte que manou da rocha no deserto (Ex.17) e antecipava a alegria dos dias do Messias, em que Deus, de novo, “fará brotar água no deserto para dar de beber ao povo” (Is 43,20); dias em que se derramará sobre todos os crentes “Eu vos retirarei de entre as nações, recolher-vos-ei de todos os países e vos reconduzirei à vossa terra. Derramarei sobre vós uma água pura e sereis purificados; Eu vos purificarei de todas as manchas e de todos os pecados”(Ez 36,24)”introduzirei em vós o Meu espírito e vivereis; estabelecer-vos-ei na vossa terra: Então reconhecereis que Eu, o Senhor, falei e agi – oráculo do Senhor”; a água que brotará do lado do Templo para dar vida até ao Mar Morto “Conduziu-me para a entrada do templo, e eis que saía água da sua parte subterrânea, em direcção ao oriente, porque como o templo estava voltado para oriente. A água brotava da parte de baixo do lado direito do templo, a sul do altar…esta água corre para o território oriental, desce para Arabá e dirige-se para o mar, quando chegar ao mar, as suas águas tornar-se-ão salubres. Por onde quer que a torrente passar, todo o ser vivo que se move viverá…”(Ez 47,1 ss). E é aqui que Jesus proclama que é chegada a hora, que os rios do Espírito brotarão do Seu próprio lado. O povo será baptizado com o Espírito, tal como prometeu João (o Baptista)”Eu baptizei-vos em água, mas Ele baptizar-vos-á no Espírito”(Mc 1,8). O Evangelista acrescenta que “Ora Ele disse isto, referindo-Se ao Espírito que iam receber os que cressm N’Ele; com efeito, ainda não tinha recebido o Espírito, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado”(Jo 7,39). O envio do Espírito é parte do Mistério Pascal: Jesus morreu para a salvação do mundo, para nos dar o Espírito. O anúncio realizado durante a Festa das Tendas era uma profecia, na linha da realizada por Zacarias: “derramarei um Espírito de graça e de oração e olharão Aquele a Quem trespassarão…naquele dia haverá uma fonte aberta para lavar o pecado e a impureza”. Depois da Ressurreição, os Apóstolos tomam consciência de que Jesus estava cheio do Espírito Santo, desde o momento da Sua concepção. Isso não invalida o que fora ungido pelo Espírito no seu baptismo para ser Messias, ministro de salvação e de santidade: “ A Jesus de Nazaré que Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder, O qual andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo” (Act 10,38). Recebê-Lo-á de novo e O derramará sobre todos na Sua Ressurreição: “Foi este Jesus que Deus ressuscitou, e disto nós somos testemunhas. Tendo sido elevado pelo poder de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou-O como vedes e ouvis” (Act 2,33). Não é que o Espírito se divida ou se entregue a prazos, mas que - ao não ser um objecto, mas sim a força da vida, o amor de Deus – sempre se pode receber com mais plenitudo. O mesmo Espírito tornou possível a Encarnação, actuou em toda a vida pública de Jesus e foi derramado por Ele sobre os fiéis. Sempre Se manifesta como a Energia Salvadora de Deus que actua em Jesus e que em cada momento O leva a realizar o que convém. Em Jo 3,34 temos uma afirmação profundamente significativa de Jesus, que pode traduzir-se por: “Aquele a quem Deus enviou, fala as Palavras de Deus porque a recebe do Espírito sem medida”ou “porque Ele dá o Espírito sem medida”. Interessante ambiguidade: Ele dá o Espírito sem medida, porque Deus Lhe dá o Espírito sem medida. No último instante da Sua vida terrena, como manifestação suprema do Seu amor, Jesus “inclinando a cabeça, entregou o Espírito”(Jo 19,30). Esta é a hora em que Jesus realiza a promessa, numa dupla entrega: dá-nos o Espírito ao dar-Se a Si mesmo. Como um frasco que se parte e derrama o perfume que tinha dentro, Cristo reparte o Seu Espírito ao morrer. Acrescenta o Evangelista que “um dos soldados abriu-lhe o peito com uma lança e logo brutou sangue e água. Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também” (Jo 19, 34-37). S.João realçava a importância do acontecimento e a sua relação com as promessas antigas. Cristo entraga-nos a Sua vida (o sangue) e o Seu Espírito (a água). Como as fontes que surgem das profundidades da terra através das nascentes, formando os mananciais; o Espírito Santo, que é a interioridade de Deus, surge do coração de Jesus e brota através do Seu lado trespassado (Zc 12,10 “Mas derramarei sobre a casa de David e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de benevolencvia e de suplica. Eles contemplarão Aquele a quem trepassaram; chorarão por Ele como se chora um filho único e lamentá-lo-ão como se lamenta um primogénito”), oprimido como cordeiro degolado (Is 53,7 “Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro que é levado ao matadouro, ou como ovelha emudecida nas mãos do tosquiador”). Aqui podemos compreender algo do que significa a afirmação do Evangelista S.João 13,1: “havendo amado os seus, amou-os até ao extremo”. Como Eva surgiu da costela de adão, enquanto este dormia; a Igreja nasce da costela de Cristo “adormecido” cna cruz. No Pentecostes realizar-se-á a Confirmação no espírito de todos os crentes, a universalização do Dom do Espírito (Act 2). Precisamente na festa em que se celebrava o dom da Aliança e da Lei no Sinai (Ex 31,18 “Depois de ter acabado de falar a Moisés no Monte Sinai, Deus entregou-lhe as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas com o Seu dedo”), cumpre-se o anunciado pelos Profetas: “Dias virão em que firmarei uma nova aliança com a casa de Israel e a casa de Judá – oráculo do Senhor. Não será como a aliança que estabeleci com seus pais, quando os tomei pela mão para os fazer sair da terra do Egipto, aliança que eles não cumpriram, embora Eu fosse o seu Deus – oráculo do Senhor. Esta será a Aliança que estabelecerei, depois desses dias, com a casa de Israel- oráculo do Senhor: imprimirei a minha Lei no seu íntimo e gravá-la-ei no seu coração. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Ninguém ensinará mais o seu próximo ou o seu irmão, dizendo: Aprende a conhecer o Senhor! – Pois todos Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, porque a todos perdoarei as suas faltas, e não mais lembrarei os seus pecados – oráculo do Senhor”(Jer 31, 31-34). Assim como o novo santuário é Cristo, a lei do amor não é escrita em tábuas de pedra, mas nos corações, é o Dom do Espírito. Jesus havia prometido à samaritana, que quem bebesse da água que Ele nos daria, nunca mais teria sede, “Todo aquele que bebe desta água voltará a ter sede; mas quem beber da água que Eu lhe der, nunca mais terá sede: a água que Eu lhe der há-de tornar-se nele em fonte de água que dá a vida eterna” (Jo 4,13-14).Esta vida eterna é-nos dada no Baptismo, que nos faz renascer da água e do Espírito (Jo 3,5), do Espírito de que a água é símbolo. 14. A revelação do Mistério Trinitário na “entrega” de Jesus “O Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse:Isto é o Meu Corpo, que será entregue por vós…” (1 Cor 23-24). Este texto de S.Paulo fala-nos de uma dupla “entrega” de Jesus: Os homens “entregaram-No” e Ele se “entregou”. Aparentemente, os seres humanos “guiaram” a história da Paixão, atraiçoando Jesus, vendendo-O e entregando-O à morte. A Palavra de Deus revela-nos a verdade que permaneceu escondida debaixo das aparências: Foi o próprio Jesus que Se entregou por nós. Antes de irmos em frente, teremos de fazer uma clarificação filológica. Em grego “didomai” significa “dar”, “doar” e “paradimomai” é uma forma superlativa que traduzimos por “entregar” (em português temos a mesma relação em muitos verbos como : seguir e perseguir, durar e perdurar, etc.). Tanto o verbo “didomai” como aa forma superlativa “paradidomai” aparecem numerosas vezes nos Evangelhos, especialmente nos relatos da Paixão. “Judas perguntou-lhes: o que me dais se eu vo-Lo “entregar”? – Ofereceram-lhe trinta moedas de prata. E desde esse momento procurava uma ocasião para O “entregar”…enquanto ceava disse-lhes: digo-vos que um de vós me vai “entregar”…O que come do mesmo prato, Me “entregará”…Ai daquele que “entrega” o Filho do Homem! (Mt 26, 15 ss). “Judas beijou-O e Jesus disse-lhe: com um beijo “entregas” o Filho do Homem”? … Pilatos “entregou-lhes” Jesus, para que fizessem com Ele o que quisessem”(Lc 22, 48; 23,25). Judas, os Sumo-Sacerdotes e Pilatos…todos “entregam” a Jesus, como uma mercadoria ou um animal destinado ao matadouro. No entanto Jesus tinha dito: “Eu “dou ” a Minha vida para a tomar de novo. Ninguém tem o poder para ma tirar, sou Eu quem a “dá” por Minha própria vontade. Eu tenho poder para a “dar” e para a recuperar” (Jo 10,17-18). E também: “ Ninguém tem maior amor do que aquele que “dá” a vida pelos seus amigos” (Jn 15,13). Efectivamente é Ele que Se “dá”, e que Se “entrega”, como expressão máxima do Seu amor. Desta maneira cumpre o anunciado pelo Profeta Isaías nos seus cânticos do Servo: “Aos que me batiam, apresentei as espáduas, e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam ”(Is 50,6). No momento de morrer, como um frasco que ao partir-se derrame o perfume que contém, “inclinando a cabeça, “entregou” o Espírito” (Jo 19,30). Jesus “entrega-nos” o Seu Espírito, ao mesmo tempo que nos “entrega” a Sua vida. “E imediatamente do seu lado brutou sangue e água” (Jo 19,34), como expressão máxima da Sua entrega. Esvaziou-Se totalmente. Não reservando nada para Si mesmo. A Sua “entrega” na Última Ceia e na Cruz, foi apenas o último elo de uma cadeia. Jesus viveu toda a Sua existência para os outros. Semore “entregando-Se” sem medida. Por isso, S.Paulo pôde exclamar, cheio de alegria: “ A vida presente, vivo-a na fé no Filho de Deus, que me amou e se “entregou” por mim”. A Escritura fala-nos, inclusive, de uma “entrega” anterior. O Pai “entregou-nos” a Jesus e a Sua morte situa-se dentro de um plano salvador que nós não conseguimos compreender: “Tanto amou Deus o mundo, que “entregou” o Seu próprio Filho, para que todos aquele que N’Ele creia, tenha N’Ele a vida eterna” (Jo 3,16). “Ele, que nem sequer poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele? ”(Rm 8,32). Reflectindo-se nestes temas, abre-se-nos o Mistério da Santíssima Trindade. O nosso Deus é pura doação, pura “entrega”. Desde toda a eternidade, o Pai se esvazia de tudo e de Si mesmo, para Se dar Todo a Seu filho:dá-Lhe a Sua Vida, o Seu Amor, o Seu Próprio Ser, o Seu Espírito. Como o Filho é igual ao Seu Pai, desde sempre Se esvazia de Si Mesmo, para devolver ao Pai o que D’Ele recebe: a Sua Vida, o seu Amor, o Seu Próprio Ser, o Seu Espírito. O Espírito Santo é o mesmo Ser de Deus: a Vida e o Amor que o Pai oferece ao filho e que o Filho devolve a Seu Pai, num Eterno e Feliz intercâmbio. De facto, o nome próprio do Espírito Santo é “Dom”. Por isso, na Sua vida mortal, Jesus não podia fazer outra coisa, que não o que vinha realizando desde toda a Eternidade: Dar-Se sem limites, oferecer-Se, não pensando em Si Mesmo, mas no nosso bem. Agora podemos entender aquelas palavras do Senhor que nos explicam o caminho da verdadeira felicidade. “Aquele que conservar a vida para si, há-de perdê-la; aquele que perder a sua vida por causa de Mim, há-de salvá-la” (Mt 10,39). Se fomos criados à Sua Imagem e semelhança, somos chamados a parecermo-nos com o nosso Modelo. 15. Somos Filhos de Deus em Cristo Jesus Nós cristãos recebemos a salvação e a glória de Jesus Cristo: “Por El tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus” (Rm 5,2). Jesus Cristo revela-nos a identidade oculta de Deus que nos permite ter com o Pai a mesma relação filial que Ele tem, e nos faz filhos. E além disso nos dá o Espírito. “Mas, quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínipo da Lei, para resgatar os que se encontravam sob o domínio da Lei, a fim de recebermos a adopção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do Seu Filho, que clama: Abbá! - Pai!- Deste modo, já não és escravo, mas filho, e, se és filho, és também herdeiro, por graça de Deus”(Gl 4,7). Na comunidade da Galácia, alguns vindos do judaísmo, diziam que tinham que se circuncidar e cumprir as leis de Moisés, para poderem salvar-se. S.Paulo reaje vigorosamente, afirmando que a salvação nos vem integralmente da fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Utiliza uma imagem da sua cultura: Numa família de pessoas livres, a criança nasce livre, mas tem de passar por um processo de educação e amadurecimento, antes de poder disfrutar dos seus direitos. Durante esse tempo, a criança é entregue a um preceptor. A lei de Moisés cumpriu a função de perceptor para os judeus, até à chegada do Messias. Os pagãos por seu lado, viviam submetidos aos poderes cósmicos e às falsas dividades. Ao vir Jesus Cristo, liberta os judeus do seu perceptor e confere-lhes todos os direitos de filhos, ao mesmo tempo que liberta os pagãos da escravidão e fá-los também filhos de Deus. O filho, para além disso, sabe reconhecer a seu pai e relaciona-se com ele. Jesus concedeu-nos o Espírito, que nos faz reconhecer ao nosso Pai e pede por nós. O oposto à filiação é a escravidão ou a sujeição de menor idade. Essa situação para os cristãos ficou superada, porque recebem a liberdade de Seu Pau. Os homens inventam divindades e vícios que nos escravizam, de todas elas fomos libertados por Cristo. Uma consequência da filiação é o direito à herança. Nós não devemos pedir a nossa parte adiantada da herança (como o filho pródigo), já que não podíamos gozá-la nesta vida, mas devemos desde já tomar consciência, da herança maravilhosa que nos espera: estar com o Pai, receber a plenitude do Espírito, ser transformado à imagem de Cristo Ressuscitado. Podemos porém receber o gozo da antecipação das maravilhas futuras. (Rom 8 1-4; 14.17)”Portanto, agora não há mais condenação alguma para os que estão em Cristo Jesus. É que a lei do Espírito que dá a vida libertou-te, em Cristo Jesus, da lei do pecado e da morte. De facto, Deus fez o que era inmpossível à Lei, por estar sujeita à fraqueza da carne: ao enviar o seu próprio Filho, em carne idêntica à do pecado como sacrifício de expedição pelo pecado, condenou o pecado na carne, para que assim a justiça exigida pela Lei, possa ser plenamente cumprida em nós, que já não procedemos de acordo com a carne, mas com o Espírito. ”; “ De facto todos os que se deixam dominar pelo Espírito, esses é que são filhos de Deus…Ora se somos filhos de Deus, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo, pressupondo que com Ele sofremos, para também com Ele sermos glorificados.” Encontramos dois triângulos contrapostos. O primeiro é formado pela: Lei-Pecado-Morte. A lei exige coisas boas, mas quem as não cumpre, deve ser castigado e a Lei dá-nos a indicação do que é bom, mas não as forças para o cumprimos. E sendo assim, a lei denuncia o nosso pecado (já que não cumprimos o que a Lei nos exige) e a consequência do pecado é o castigo e a morte. O segundo é formado pelo: Espírito- Cumprimento- Vida. O Espirito não nos comanda de fora, antes nos permite viver por dentro o espírito da Lei e dá-nos a vida. Porém como o pecado se enraiza fortemente em nós, Deus envia alguém mais forte que o possa vencer: o Seu Filho. Ele vence o pecado e permite-nos viver como Deus quer, como Ele mesmo vive, como filhos. Jesus recebe o Espírito de Seu Pai e vive a Vida de Deus. Jesus dá-nos o Espírito que nos faz filhos e nos permite vivermos a Vida de Deus. Isto acontecerá na Plenitude quando o espírito nos glorificar - como a Cristo -, na Ressurreição. Pela nossa condição humana, estamos submetidos à corrupção, mas o Espírito Santo é a garantia, o penhor da nossa libertação definitiva e da nossa vitória. A consciência de sermos filhos de Deus, faz-nos esperar confiantes e ao memso tempo lamentando-nos: esperar o que será e lamentar, porque todavia, ainda o não é. A filiação divina dos cristãos está unida à fraternidade com Jesus. Ele é o Homem que eleva e manifesta “ a imagem e semelhança” de Deus. Ao parecermo-nos com Ele, realizamos o projecto original de Deus e podemos viver como bons filhos. Deste modo, o Unigénito converte-Se no Primogénito de muitos irmãos. Por isso S.Paulo inrrompe numa exclamação de júbilo: (Rm 8, 31 - 39) “Que mais havemos de dizer? Se Deus está por nós, quem pode estar contra nós? Ele, que nem sequer poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?- Quem irá acusar os eleitos de Deus? Deus é Quem nos justifica! – Quem irá condená-los? Jesus Cristo, Aquele que morreu, mais, que ressuscitou, que está à direita de Deus é Quem intercede por nós. Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? De acordo com o que está escrito: Por causa de ti, estamos expostos à morte o dia inteiro, fomos tratados como ovelhas destinadas ao matadouro. Mas em tudo isso saímos mais do que vencedores, graças Àquele que nos amou. Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem o abismo, nem qualquer outra criatura, poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, Senhor nosso.”. As últimas consequências desse amor de Deus, vêmo-las pela Fé, possuimo-las pela Esperança, mesmo que ultrapassem todas as nossas previsões e não possamos nem chegar a imaginá-las: “Vede que tão grande amor o Pai nos concedeu, a ponto de nos podermos chamar filhos de Deus; e, realmente, o somos! – É por isso que o mundo não nos conhece, uma vez que não o conheceu a Ele. Caríssimos, agora já somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. O que sabemos é que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque seremos tal como Ele é” (1 Jo 3, 1-2). Terminemos com uma bela oração de S.Paulo: (Ef 1,17-19; 3,14-21)“Que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a Quem pertence a glória, vos conceda o Espírito de Sabedoria e vo-lo revele para O conhecerdes; sejam iluminados os olhos do vossso coração, para saberdes que eperança nos vem do seu chamamento, que riqueza de glória contém a herança que Ele nos reserva entre os santos e como é extraordinariamente grande o seu poder com a eficácia da sua força poderosa”; “É por isso que eu dobro o joelho diante do Pai, do qual recebe o nome toda a família nos Céus e na terra: que Ele vos conceda, de acordo com a riqueza da Sua glória, que sejais cheios de força, pelo Seu Espirito, para que se rebusteça em vós o homem interior; que Cristo pela fé, habite nos vossos corações; que estejais enraizados e alicerçados no amor, para terdes a capacidade de aprender, com todos os santos, qual a largura, o cumprimento, a altura e a profundidade…a capacidade de conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo o conhecimento, para que sejais repletos, até receberdes toda a plenitude de Deus.Àquele que pode fazer imensamente mais do que pedimos ou imaginamos, de acordo com o poder que efi*+-.OPQRTU^`tu}~æÑ¹¦¦}m]J}J}J:Jm]hžB*PJ^JnHph333tH%h:K¢hYpB*PJ^JnHph333tHhÝQbB*PJ^JnHph333tHhÉ"õB*PJ^JnHph333tH%h:K¢h:K¢B*PJ^JnHph333tH+h:K¢h:K¢6B*PJ]^JnHph333tH%hïij6B*PJ]^JnHph333tH/h:K¢h:K¢5B*KH$PJ\^JnHphtH)h:K¢5B*KH$PJ\^JnHphtH2hïijh:K¢5>*B*KH$PJ\^JnHphtH,-Q~¨à E ‚ Ä 2 h õ 5 Y … Ì þ íÛÑÑÑÑÑÑÑÑÑÑÑÑÑÑÑÑÄÄ $dð¤a$gdÝQb dh¤gd:K¢$„Ådð¤@&`„Åa$gd:K¢$„Ådð¤@&`„Åa$gd:K¢žŸ§¨©«ÀÂÖ×ÜÞßàáãþ       ' ) < A C D E F H w | € ‚ ƒ … º ¿ Â Ã Ä Å Ç # $ ( - 0 1 2 ïÜÌܼ¬ïÜïÜÌœÌܼ¬ïÜï̼Ìܼ¬ïÜïÌœÌܼ¬ïÌœÌLïÌŒÌLï¬ïÌœÌïhÝ>„B*PJ^JnHph333tHhÇ MB*PJ^JnHph333tHhÝQbB*PJ^JnHph333tHhÉ"õB*PJ^JnHph333tHhžB*PJ^JnHph333tH%h:K¢hYpB*PJ^JnHph333tHh:K¢B*PJ^JnHph333tH72 3 5 ; M ^ c f g h j ë ô õ ÷ + 3 4 5 7 O W X Y [ { „ … ‡ Á ïßÏßÏ¿¯¿ŸïßßïßßïßoŸïß\ïß%h:K¢hÝQbB*PJ^JnHph333tHh+k¨B*PJ^JnHph333tHhÎ\§B*PJ^JnHph333tHhÇ 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A Ele a glória, na Igreja e em Cristo Jesus, em todas as gerações, pelos séculos dos séculos! Amen.” Encuentra/ Sección:  HYPERLINK "http://encuentra.com/seccion/fiestas_y_celebraciones/" \o "Ver todas las entradas en Fiestas y celebraciones" Fiestas y celebraciones Tradução livre de MAM      PAGE \* MERGEFORMAT 4 =Õ>Õ@ÕAÕCÕDÕFÕGÕIÕKÕLÕcÕdÕeÕfÕqÕrÕsÕ÷ó÷ó÷ó÷óïçïçÞçïóÊ'h:K¢h:K¢56B*CJ^JaJphhÉ"õmHnHujhw"iUhw"ihËýjhËýUEÕFÕHÕIÕJÕKÕgÕhÕiÕjÕkÕlÕmÕnÕoÕpÕqÕrÕsÕýóýñýìñýêýêýñýêýýÙ$„Ådð¤`„Åa$gd:K¢$a$ dð¤gdr5q21h:piw£°‚. °ÆA!°¥"°¥#‰$‰%°°Ä°Ä Äj ˜žžžžžžžž666666666vvvvvvvvv666666>666666666666666666666666666¨6666666666¸666666666666hH66666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666°62ÀÐàð 0@P`p€ÀÐàð2(Øè 0@P`p€ÀÐàð 0@P`p€ÀÐàð 0@P`p€ÀÐàð 0@P`p€ÀÐàð 0@P`p€ÀÐàð 0@P`p€8XøV~ OJPJQJ_HmHnHsHtHJ`ñÿJ iw£Normal d¤ÈCJ_HaJmHsHtH dA`òÿ¡d &Tipo de letra predefinido do parágrafoTióÿ³T 0 Tabela normalö4Ö l4Öaö ,k ôÿÁ, 0 Sem lista .þ¢ñ. 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